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Não há intervenção do governo na Petrobras, afirma Prates

A política anterior vinha sendo duramente criticada nos últimos meses pelo governo

Prates: o presidente da estatal ressaltou que os preços das áreas de influência variam de região e também de clientes, que são as distribuidoras (Petrobras/Divulgação)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 16 de maio de 2023 às 14h06.

Última atualização em 16 de maio de 2023 às 14h11.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta terça-feira, 16, que não há nenhum tipo de intervenção do governo na estatal. A declaração foi dada ao lado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após a empresa anunciar uma mudança na estratégia comercial para definição dos preços de combustíveis. A política anterior vinha sendo duramente criticada nos últimos meses pelo governo.

"Não há intervenção absolutamente nenhuma", disse Prates, em entrevista a jornalistas, ressaltando que a estratégia comercial da empresa é decisão de sua diretoria executiva. "Nós somos parte do governo brasileiro. Não há intervenção nesse sentido de dizer assim 'bote o preço assim'. Os instrumentos da Petrobras competitivos, de rentabilidade, de garantia da financiabilidade da companhia estão integralmente garantidos."

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Representantes do governo já haviam sinalizado a intenção de mudar o modelo adotado até então, a paridade com o mercado internacional — também conhecido como PPI. As críticas à política de preço da Petrobras geraram, nos primeiros meses do governo, um desgaste na relação entre o Ministério de Minas e Energia (MME) e a empresa.

Ao comentar a mudança, Prates ressaltou que os preços das áreas de influência variam de região e também de clientes, que são as distribuidoras. Afirmou também que a empresa continuará tendo transparência total e que os componentes da composição de preços estarão disponíveis no site da empresa.

Prates afirmou que a mudança pode parecer ser uma volta ao passado, mas, na verdade, a empresa está colocando um filtro para amortecer os preços praticados no Brasil. "O que nós estamos garantindo aqui é menos volatilidade especulativa internacional. Vamos ter efeito da referência internacional? Vamos, mas estarão refratados numa série de possibilidades nacionais."

O presidente da estatal afirmou que ter boa parte dos custos em reais não pode se comparar com a paridade de preços de importação e que irão deixar o pior cenário para as moléculas que precisam ser importadas. "Seremos capazes de mitigar a volatilidade internacional", disse, afirmando que a Petrobras praticava preços dos concorrentes.

Petrobras será capaz de mitigar a volatilidade internacional

Jean Paul Prates afirmou que a empresa será capaz de mitigar a volatilidade internacional nos preços dos combustíveis com a aprovação da nova estratégia comercial para definição dos preços da gasolina e diesel.

Segundo Prates, a empresa não irá se afastar das referências de preços internacionais e, sim, colocar um filtro com sua capacidade de refino para amortecer os efeitos.

"Esse modelo maximiza a incorporação de vantagens competitivas, sem se afastar absolutamente da referência internacional dos preços. Quando digo referência, não é paridade de importação", disse Prates sobre o novo modelo anunciado pela estatal de óleo e gás.

"Liberdades competitivas" da Petrobras serão usadas agora

O presidente da Petrobras garante que a nova política de preços da companhia considera o custo de perder o cliente e o custo de perder a rentabilidade. Segundo ele, a empresa passa a ter a possibilidade de usar o que chamou de "liberdades competitivas" para vender os combustíveis.

"A Petrobras passa a ter a liberdade para praticar preços. Esse modelo maximiza a incorporação de vantagens competitivas, sem se afastar absolutamente da referência internacional dos preços. Quando digo referência, não é paridade de importação", destacou Prates.

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