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Moody's pode cortar perspectiva se desempenho frustrar

Agência poderá rebaixar a perspectiva do Brasil caso a economia e a política fiscal tenham desempenho abaixo das expectativas no primeiro semestre

Sede da Moody's: agência aguardará a mensagem do novo governo sobre a política econômica e fiscal (Scott Eells/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2014 às 19h33.

São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's poderá rebaixar a perspectiva do rating do Brasil caso a economia e a política fiscal tenham desempenho abaixo das expectativas no primeiro semestre deste ano, disse nesta segunda-feira o analista-sênior da agência Mauro Leos.

Em entrevista à Reuters, Leos disse que se o desempenho no período apontar para crescimento anual de 2 por cento e um superávit primário ao redor de 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), conforme a expectativa da agência, não deverá haver mudanças na atual perspectiva estável do país.

Sendo assim, a agência aguardará a mensagem do novo governo sobre a política econômica e fiscal, após as eleições presidenciais de outubro, para avaliar a nota brasileira.

Mas caso o desempenho econômico dos primeiros seis meses do ano fique aquém do esperado, a agência poderá fazer mudanças na perspectiva do país, pois entende que o crescimento da economia em 2015 do país estaria comprometido.

"Assim que tivermos os dados oficiais sobre a economia e o resultado fiscal dos primeiros seis meses, teremos uma ideia de como vai ser 2014", afirmou Leos.

"Se for como prevemos (o desempenho da atividade), vamos esperar as eleições e a mensagem do próximo governo. Se for mais fraco, vamos analisar para ver se faremos mudanças. Se for mais forte, não vamos fazer nada", acrescentou.

Em setembro de 2013, a Moody's alterou a perspectiva do Brasil de 'positiva' para 'estável', devido ao persistente baixo crescimento que interrompeu a melhora de vários indicadores econômicos e fiscais. Uma importante indicação de deterioração é a relação dívida/PIB, que caminha para 60 por cento, sendo que ​Moody's estima que possa chegar a 62 por cento em 2014.


"A trajetória que a dívida/PIB tomar influenciará fortemente a perspectiva do crédito soberano do Brasil", informou a agência nesta segunda-feira por meio do seu relatório "Análise de Crédito: Governo do Brasil", que é uma atualização anual para os mercados e não constitui ação de rating.

Mudanças Adiante?

A Moody's avalia que o governo precisa adotar nova postura para garantir que 2015 não seja um ano com fraco crescimento econômico e frágil resultado fiscal.

"A questão é se o crescimento vai continuar baixo, o superávit primário fraco e a dívida vai permanecer alta em 2015", afirmou Leos. "Isso significará que o Brasil terá quatro anos de desempenho fraco", emendou.

"Nós acreditamos que o governo adotará uma postura diferente, o Banco Central já elevou a taxa de juros para 10 por cento e isso é uma mensagem importante para combate à inflação", afirmou.

Leos considera que está sendo feito algum tipo de progresso por parte da equipe econômica. Ele citou, por exemplo, as promessas de o Tesouro reduzir a injeção de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de adotar uma política fiscal mais transparente.

"Se o governo fizer uma apresentação simples sobre o que será feito com o resultado primário, é uma mudança importante que vai contribuir para melhorar o sentimento", afirmou o analista-sênior da Moody's. "Mas é preciso fazer mudanças maiores que são mais difíceis de serem feitas", emendou.

A fragilidade dos resultados fiscais e a elevação da relação dívida/PIB tem levantado questões dentro do mercado sobre a possibilidade de rebaixamento da nota brasileira pelas agências de classificação de risco, mais ainda dentro da faixa de grau de investimento.

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São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's poderá rebaixar a perspectiva do rating do Brasil caso a economia e a política fiscal tenham desempenho abaixo das expectativas no primeiro semestre deste ano, disse nesta segunda-feira o analista-sênior da agência Mauro Leos.

Em entrevista à Reuters, Leos disse que se o desempenho no período apontar para crescimento anual de 2 por cento e um superávit primário ao redor de 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), conforme a expectativa da agência, não deverá haver mudanças na atual perspectiva estável do país.

Sendo assim, a agência aguardará a mensagem do novo governo sobre a política econômica e fiscal, após as eleições presidenciais de outubro, para avaliar a nota brasileira.

Mas caso o desempenho econômico dos primeiros seis meses do ano fique aquém do esperado, a agência poderá fazer mudanças na perspectiva do país, pois entende que o crescimento da economia em 2015 do país estaria comprometido.

"Assim que tivermos os dados oficiais sobre a economia e o resultado fiscal dos primeiros seis meses, teremos uma ideia de como vai ser 2014", afirmou Leos.

"Se for como prevemos (o desempenho da atividade), vamos esperar as eleições e a mensagem do próximo governo. Se for mais fraco, vamos analisar para ver se faremos mudanças. Se for mais forte, não vamos fazer nada", acrescentou.

Em setembro de 2013, a Moody's alterou a perspectiva do Brasil de 'positiva' para 'estável', devido ao persistente baixo crescimento que interrompeu a melhora de vários indicadores econômicos e fiscais. Uma importante indicação de deterioração é a relação dívida/PIB, que caminha para 60 por cento, sendo que ​Moody's estima que possa chegar a 62 por cento em 2014.


"A trajetória que a dívida/PIB tomar influenciará fortemente a perspectiva do crédito soberano do Brasil", informou a agência nesta segunda-feira por meio do seu relatório "Análise de Crédito: Governo do Brasil", que é uma atualização anual para os mercados e não constitui ação de rating.

Mudanças Adiante?

A Moody's avalia que o governo precisa adotar nova postura para garantir que 2015 não seja um ano com fraco crescimento econômico e frágil resultado fiscal.

"A questão é se o crescimento vai continuar baixo, o superávit primário fraco e a dívida vai permanecer alta em 2015", afirmou Leos. "Isso significará que o Brasil terá quatro anos de desempenho fraco", emendou.

"Nós acreditamos que o governo adotará uma postura diferente, o Banco Central já elevou a taxa de juros para 10 por cento e isso é uma mensagem importante para combate à inflação", afirmou.

Leos considera que está sendo feito algum tipo de progresso por parte da equipe econômica. Ele citou, por exemplo, as promessas de o Tesouro reduzir a injeção de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de adotar uma política fiscal mais transparente.

"Se o governo fizer uma apresentação simples sobre o que será feito com o resultado primário, é uma mudança importante que vai contribuir para melhorar o sentimento", afirmou o analista-sênior da Moody's. "Mas é preciso fazer mudanças maiores que são mais difíceis de serem feitas", emendou.

A fragilidade dos resultados fiscais e a elevação da relação dívida/PIB tem levantado questões dentro do mercado sobre a possibilidade de rebaixamento da nota brasileira pelas agências de classificação de risco, mais ainda dentro da faixa de grau de investimento.

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