Moody's mantém nota do Brasil, mas alerta para dívida
Segundo a agência, o ano eleitoral não deverá gerar mudanças significativas na tendência de expansão da economia e do superávit primário
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2014 às 07h15.
São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's deve manter a nota do Brasil este ano, caso os indicadores econômicos fiquem parecidos com os de 2013. Pelos cálculos da Moody's, o Brasil deve ter crescido 2,1% no ano passado e deve avançar 2% em 2014.
Ainda segundo a agência, o superávit primário (economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida) ficou por volta de 1,8% no ano passado e deve subir para 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014.
"Se estes números da economia vierem em linha com as nossas projeções, então a perspectiva e o rating deverão ficar estáveis neste ano", comentou o vice-presidente da Moody's, Mauro Leos, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Na avaliação de Leos, o ano eleitoral não deverá gerar mudanças significativas na tendência de expansão da economia e do superávit primário.
"Se ocorrerem alterações nestes indicadores, devem ser em 2015, mas poucos sabem o que vai ocorrer no ano que vem", destacou. Sua análise da economia está centrada no desempenho em 2014.
Corte da nota. A Moody's deverá reavaliar o desempenho da economia no fim do semestre. "Em meados deste ano, vamos ver se o PIB e o superávit primário estarão no curso das nossas expectativas", disse Leos.
A Moody's espera que a dívida bruta brasileira aumente de 60,4% do PIB em 2013 para 61,9% em 2014. Mas se crescer muito mais do que isso, a nota brasileira será revista.
"Não temos limites fixos, mas se a relação dívida/PIB se aproximar de 65% o Brasil pode sofrer um corte no rating (classificação de risco)", disse Leos à Dow Jones.
Em setembro do ano passado, a Moody's mudou a perspectiva da nota de risco de crédito do Brasil de positiva - que previa chance de elevação da classificação - para estável.
No mercado financeiro há o temor que a Moody's ou outra grande agência de classificação de risco, como a Standard & Poors, corte a avaliação do Brasil.
Uma redução da classificação de risco pode provocar a saída de investidores estrangeiros do País. Também pode dificultar e elevar o custo de empréstimos das empresas e do governo brasileiro no exterior.
Novo relatório.
Nesta segunda-feira, 6, a Moody's soltou um relatório sobre o Brasil, em que manteve a nota brasileira em Baa2 e informou que a perspectiva se mantém estável.
O relatório também apontou a estabilização da dívida em relação ao tamanho da economia como fator decisivo para a nota do País. "Uma importante medida mostrando deterioração é a relação entre dívida e PIB, que tem subido para a marca de 60% e pode alcançar 62% em 2014", informou o relatório.
A Moody's questionou se as autoridades brasileiras serão capazes de restaurar as condições que levem a uma queda no nível da dívida e destacou a "limitada flexibilidade fiscal" do Brasil, além da rígida estrutura de gastos públicos e o fardo "relativamente pesado dos juros".
"O principal desafio que as finanças públicas enfrentam é o persistente aumento dos gastos primários", informou a agência.
Segundo Leos, o relatório anual não indica mudança significativa na avaliação sobre o País, uma vez que a nota e a perspectiva não mudaram.
Principal analista responsável por acompanhar o Brasil, Leos classificou como "positiva" a manifestação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que não haverá mais contabilidade criativa nas contas públicas.
"A ordem neste ano e nos próximos é que uma transação deve também parecer correta. No caso de uma operação que seja perfeitamente correta, mas que não pareça, ela não será feita", disse o ministro em entrevista ao Estado.
"Essa declaração é importante, pois visa ampliar a confiança dos investidores no Brasil, o que é essencial para elevar os investimentos", declarou. Ele também elogiou os sinais de que o governo reduzirá os repasses do Tesouro para bancos oficiais, sobretudo para o BNDES.
"Essas liberações de recursos pelo Tesouro para tais instituições financeiras do governo colaboraram bem para o aumento de 10 pontos porcentuais da dívida bruta em relação ao PIB", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's deve manter a nota do Brasil este ano, caso os indicadores econômicos fiquem parecidos com os de 2013. Pelos cálculos da Moody's, o Brasil deve ter crescido 2,1% no ano passado e deve avançar 2% em 2014.
Ainda segundo a agência, o superávit primário (economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida) ficou por volta de 1,8% no ano passado e deve subir para 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014.
"Se estes números da economia vierem em linha com as nossas projeções, então a perspectiva e o rating deverão ficar estáveis neste ano", comentou o vice-presidente da Moody's, Mauro Leos, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Na avaliação de Leos, o ano eleitoral não deverá gerar mudanças significativas na tendência de expansão da economia e do superávit primário.
"Se ocorrerem alterações nestes indicadores, devem ser em 2015, mas poucos sabem o que vai ocorrer no ano que vem", destacou. Sua análise da economia está centrada no desempenho em 2014.
Corte da nota. A Moody's deverá reavaliar o desempenho da economia no fim do semestre. "Em meados deste ano, vamos ver se o PIB e o superávit primário estarão no curso das nossas expectativas", disse Leos.
A Moody's espera que a dívida bruta brasileira aumente de 60,4% do PIB em 2013 para 61,9% em 2014. Mas se crescer muito mais do que isso, a nota brasileira será revista.
"Não temos limites fixos, mas se a relação dívida/PIB se aproximar de 65% o Brasil pode sofrer um corte no rating (classificação de risco)", disse Leos à Dow Jones.
Em setembro do ano passado, a Moody's mudou a perspectiva da nota de risco de crédito do Brasil de positiva - que previa chance de elevação da classificação - para estável.
No mercado financeiro há o temor que a Moody's ou outra grande agência de classificação de risco, como a Standard & Poors, corte a avaliação do Brasil.
Uma redução da classificação de risco pode provocar a saída de investidores estrangeiros do País. Também pode dificultar e elevar o custo de empréstimos das empresas e do governo brasileiro no exterior.
Novo relatório.
Nesta segunda-feira, 6, a Moody's soltou um relatório sobre o Brasil, em que manteve a nota brasileira em Baa2 e informou que a perspectiva se mantém estável.
O relatório também apontou a estabilização da dívida em relação ao tamanho da economia como fator decisivo para a nota do País. "Uma importante medida mostrando deterioração é a relação entre dívida e PIB, que tem subido para a marca de 60% e pode alcançar 62% em 2014", informou o relatório.
A Moody's questionou se as autoridades brasileiras serão capazes de restaurar as condições que levem a uma queda no nível da dívida e destacou a "limitada flexibilidade fiscal" do Brasil, além da rígida estrutura de gastos públicos e o fardo "relativamente pesado dos juros".
"O principal desafio que as finanças públicas enfrentam é o persistente aumento dos gastos primários", informou a agência.
Segundo Leos, o relatório anual não indica mudança significativa na avaliação sobre o País, uma vez que a nota e a perspectiva não mudaram.
Principal analista responsável por acompanhar o Brasil, Leos classificou como "positiva" a manifestação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que não haverá mais contabilidade criativa nas contas públicas.
"A ordem neste ano e nos próximos é que uma transação deve também parecer correta. No caso de uma operação que seja perfeitamente correta, mas que não pareça, ela não será feita", disse o ministro em entrevista ao Estado.
"Essa declaração é importante, pois visa ampliar a confiança dos investidores no Brasil, o que é essencial para elevar os investimentos", declarou. Ele também elogiou os sinais de que o governo reduzirá os repasses do Tesouro para bancos oficiais, sobretudo para o BNDES.
"Essas liberações de recursos pelo Tesouro para tais instituições financeiras do governo colaboraram bem para o aumento de 10 pontos porcentuais da dívida bruta em relação ao PIB", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.