Money Market Funds: investidores colocam US$ 1 trilhão nestes fundos e acendem alerta no mercado
Fundos de alta liquidez podem atingir captação recorde no ano, segundo Bank of America; incertezas estariam impulsionado captação
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Repórter
Publicado em 15 de setembro de 2023 às 15h01.
Última atualização em 15 de setembro de 2023 às 15h12.
Uma classe de fundos conhecida por sua segurança tem chamado a atenção de investidores ao redor do mundo: os Money Market Funds (MMF), que acabaram de atingir neste ano uma captação assombrosa de US$ 1 trilhão.
" Nada grita mais 'convicção de um bear market (mercado em queda)' do que a entrada de US$ 1 trilhão em Money Market Funds neste ano ", afirmaram estrategistas do Bank of America em relatório intitulado "US$ 1 trilhão de incertezas".
Fuga para a segurança
Os MMFs são fundos que investem em ativos de altíssima liquidez e segurança, como títulos soberanos de alta qualidade e de prazos curtos e certificados de depósitos que geram juros.
A alta da taxa de juros, que bateu máxima desde 2001 nos Estados Unidos, explica parte dos aportes em MMF no ano. Mas parcela significativa é atribuída às incertezas diante do cenário econômico global.
A projeção do banco americano é de que entrada de recursos em MMF bata recorde neste ano, podendo chegar a US$ 1,5 trilhão. A última vez que a captação dos MMF havia disparado foi em 2020, durante o pânico do covid-19.
O banco americano alerta que, após anos de crescimento e incentivos monetários, o mercado mundial se prepara para uma nova fase. Esta, segundo o BofA, deverá ser marcada por índices mais altos de inflação e maior pessimismo para os mercados de dívida e ações.
Incertezas no radar
Sinais de preocupações já começam a pipocar no mercado. Um deles é o próprio índice de otimismo do BofA, que registrou sua maior queda semanal desde março, impulsionada por saídas de ações e títulos em em mercados emergentes.
Um dos motivos de maior cautela é a recente valorização do petróleo, que bateu nesta semana seu maior patamar desde novembro do ano passado. A commodity já subiu 7% no mês, acumulando alta de 29% desde junho, voltando a ser negociada acima de US$ 90. O medo é essa valorização voltar a impactar a inflação, forçando os bancos centrais a manterem as taxas de juros elevadas por mais tempo.
Se os bancos centrais conseguirão domar a inflação com ou sem grandes danos à economia continua em discussão. Na dúvida, investidores escolhem a segurança e a liquidez do MMF.