Mesmo sem efeito "massivo" sobre o PIB, estímulo deve beneficiar bolsa da China, diz Gavekal
Otimista com o país asiático, casa acredita que pacote fiscal voltado para desalavancagem da economia será suficiente para "tranquilizar os investidores"
Repórter
Publicado em 14 de outubro de 2024 às 18h22.
Última atualização em 14 de outubro de 2024 às 18h22.
O Ministério das Finanças da China, sem fornecer muitos detalhes, informou no sábado, 12, que se prepara para lançar um pacote de estímulos focado na desalavancagem de governos regionais e bancos. Na avaliação da Gavekal Research, o pacote fiscal não deverá gerar um grande impulso imediato ao crescimento, mas ajudará a criar uma base mais sólida para o futuro.
“A formulação de políticas está se tornando mais criativa, com uma clara tentativa de seguir um caminho novo, em vez de simplesmente repetir a fórmula tradicional de aumentar os gastos em infraestrutura. A abordagem focada em balanços não produzirá um impulso fiscal massivo, mas ainda assim deverá beneficiar tanto a economia real quanto o mercado de ações", diz Wei He, economista da Gavekal especializada em China, em relatório.
Desde que o Politburo sinalizou novas tentativas de estimular a economia, investidores vêm especulando sobre o tamanho do pacote fiscal e como o governo chinês fará a injeção de recursos. Nos últimos anos, havia um questionamento crescente sobre a falta de medidas governamentais mais eficazes para acelerar o crescimento, que desacelerou devido aos altos níveis de endividamento.
Wei He estima que o programa delineado aumente a dívida pública em 3 trilhões de yuanes. Se confirmada, essa quantia deverá, segundo o relatório, "tranquilizar os investidores quanto à seriedade do governo". No entanto, a economista acredita que os valores oficiais só serão divulgados após a próxima reunião legislativa, prevista para ocorrer entre outubro e novembro.
Durante o fim de semana, o ministro das Finanças, Lan Fo’an, afirmou que o plano para reforçar o capital dos seis maiores bancos estatais será executado por meio da emissão de títulos especiais pelo governo. A estimativa é que os bancos precisem de cerca de 1 trilhão de yuanes em capital adicional.
Otimismo com China
Embora o impacto imediato seja moderado, a Gavekal Research vê a política fiscal como um passo positivo e ressalta que a melhora na saúde financeira de bancos e governos regionais fortalecerá a transmissão das políticas monetária e fiscal no longo prazo. A Gavekal tem se mostrado uma das mais otimistas com a recuperação da economia chinesa, afirmando em um relatório recente que a Ásia estaria prestes a entrar na "mãe de todos os bull markets"