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Mercados europeus despencam com volatilidade global e medo de recessão

Preocupações com uma recessão iminente nos EUA pressionam os mercados globais, levando a fortes quedas nos índices europeus e asiáticos, com destaque para o setor de tecnologia e energia

Mercados europeus acordaram preocupados com os resultados da economia dos Estados Unidos. (da-kuk/iStockphoto)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 09h14.

Os mercados europeus registraram forte queda no início da nova semana de negociações, refletindo a crescente volatilidade global e os temores de uma recessão iminente nos Estados Unidos.O índice regional Stoxx 600 caiu 2,6% até o meio-dia em Londres, com todos os setores e principais bolsas regionais operando no vermelho. As ações de tecnologia chegaram a despencar 5% antes de reduzir ligeiramente as perdas para 3,25%. O setor de petróleo e gás também sofreu uma queda significativa, perdendo 3,9%, enquanto os setores de varejo, automóveis, bancos e mineração recuaram mais de 3%. As informações são da CNBC.

O início negativo dos principais mercados europeus ocorre em meio a uma volatilidade global mais ampla. O VIX, indicador que mede a expectativa de volatilidade do mercado, subiu para 41,65, o nível mais alto desde outubro de 2020, à medida que aumentam as preocupações com uma recessão. O índice, também conhecido como "medidor do medo", foi visto pela última vez com alta de 72% às 10h07 em Londres, em comparação aos 23,5 registrados no final da semana passada.

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Mercados em queda

Os futuros de ações dos EUA caíram na noite de domingo (4), após uma semana turbulenta para Wall Street, em que o Nasdaq Composite entrou em território de correção. Os mercados da Ásia-Pacífico também continuaram a tendência de venda durante a noite. As ações no Japão entraram em um mercado de baixa, com o Nikkei 225 perdendo 12,4%, registrando seu pior dia desde 1987. O índice Topix também sofreu uma queda acentuada, despencando 12,23%, enquanto grandes empresas de trading como Mitsubishi, Mitsui e Co, Sumitomo e Marubeni caíram mais de 14%.

Os resultados corporativos na Europa incluem Uniper, Infineon, Monte dei Paschi e Palantir Technologies nesta segunda-feira. Já a demanda por serviços no Reino Unido aumentou em julho, subindo para 52,5 em comparação aos 52,1 do mês anterior, segundo dados do índice de gerentes de compras divulgados nesta segunda-feira. Dados correspondentes para Itália e Espanha também apontaram para um crescimento sustentado no setor, embora em um ritmo mais lento em comparação aos meses anteriores.

Quais os motivos?

Esse mau humor do mercado acontece desde sexta-feira (2), quando números do mercado de trabalho nos EUA mostraram-se piores do que o previsto, alimentando temores de uma possível recessão. Os investidores também estão preocupados com as avaliações elevadas do rali da inteligência artificial, enquanto a crescente tensão no Oriente Médio está aumentando o clima de aversão ao risco. A notícia de que a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, havia reduzido sua participação na Apple em quase 50% também pesou no sentimento.

O rendimento do Tesouro americano de 10 anos caiu cinco pontos-base para 3,74%, o menor em em mais de um ano. O rendimento de dois anos caiu 11 pontos-base - os traders apostaram que o Fed pode ter que cortar mais do que o previsto em setembro. A expectativa, agora, é de um corte de 0,5%.

Já o rendimento do título de referência de 10 anos do Japão caiu para seu menor nível desde abril, caindo até 17 pontos-base nesta segunda-feira. O maior credor do país, Mitsubishi Financial Group, viu suas ações registrarem sua maior queda para um dia.

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