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Mercados emergentes se preparam para um calote da Grécia

Rússia, Turquia e Indonésia cortaram o juro por conta da desaceleração da economia global

A Indonésia surpreendeu o mercado hoje ao cortar o juro do país (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2011 às 16h24.

São Paulo – Poucos aqueles que não ficaram surpresos com a decisão do Banco Central do Brasil em cortar o juro em 50 pontos-base no final de agosto enquanto se sabia que a inflação estava com uma grande probabilidade de superar o teto da meta de 6,5% ao ano.

E a decisão foi ainda mais questionada por conta do principal objetivo do BC: “Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”. Ou seja, não há nada sobre a necessidade de atuar para garantir o crescimento econômico.

Em um relatório de ontem, o analista Jason Press, do Citibank, alertou que a redução na taxa Selic pode ter sido uma aposta perigosa, mas que talvez "seja ainda muito cedo para dizer que o BC alterou a sua meta de inflação para uma de crescimento”, explica.

Mas isso acontece porque a equipe do Comitê de Política Monetária (Copom), liderada por Alexandre Tombini, ressaltou que o corte no juro está baseado na expectativa de que a crise poderia direcionar um recuo das projeções para o crescimento, o que poderia tornar o balanço de risco s para a inflação mais favorável.

Desta forma, ao final do dia, os preços iriam cair mesmo com o juro menor. O tempo mostrou que Tombini não é o único a acreditar nessa história – apesar de o mercado projetar um IPCA em 6,52% neste ano e ter subido pela 6ª vez consecutiva a projeção de 2012, para 5,59% -, outros mercados emergentes também têm apoiado a visão de Tombini.


Em um movimento também inesperado, o Banco Central da Indonésia tesourou hoje o juro do país em 25 pontos-base, para 6,5% ao ano. O presidente do BC do país, Darmin Nasution, destaca que com a desaceleração econômica, as pressões inflacionárias irão declinar e muitos países irão alterar o foco da política monetária de manter a inflação baixa para dar suporte para a economia.

“Os mercados devem começar a esperar mais desse tipo de atividade em uma preparação não apenas para um calote da Grécia, mas também para um crescimento bastante lento ou negativo na zona do euro”, destaca Andrew B. Busch, estrategista global da BMO Capital Markets.

“Enquanto tais ações irão temporariamente afetar as suas moedas, o crescimento do risco irá eventualmente causar o contrário”, afirmou. O mercado espera a continuidade dos cortes no Brasil e na Turquia e o início de um afrouxamento na Coréia do Sul.

Pode ser mais um fôlego para os mercados de ações, que costumam ganhar com os cortes de juros. O índice Jakarta Composite Index, da bolsa da Indonésia, avançou 2,34% nesta terça-feira.

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São Paulo – Poucos aqueles que não ficaram surpresos com a decisão do Banco Central do Brasil em cortar o juro em 50 pontos-base no final de agosto enquanto se sabia que a inflação estava com uma grande probabilidade de superar o teto da meta de 6,5% ao ano.

E a decisão foi ainda mais questionada por conta do principal objetivo do BC: “Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”. Ou seja, não há nada sobre a necessidade de atuar para garantir o crescimento econômico.

Em um relatório de ontem, o analista Jason Press, do Citibank, alertou que a redução na taxa Selic pode ter sido uma aposta perigosa, mas que talvez "seja ainda muito cedo para dizer que o BC alterou a sua meta de inflação para uma de crescimento”, explica.

Mas isso acontece porque a equipe do Comitê de Política Monetária (Copom), liderada por Alexandre Tombini, ressaltou que o corte no juro está baseado na expectativa de que a crise poderia direcionar um recuo das projeções para o crescimento, o que poderia tornar o balanço de risco s para a inflação mais favorável.

Desta forma, ao final do dia, os preços iriam cair mesmo com o juro menor. O tempo mostrou que Tombini não é o único a acreditar nessa história – apesar de o mercado projetar um IPCA em 6,52% neste ano e ter subido pela 6ª vez consecutiva a projeção de 2012, para 5,59% -, outros mercados emergentes também têm apoiado a visão de Tombini.


Em um movimento também inesperado, o Banco Central da Indonésia tesourou hoje o juro do país em 25 pontos-base, para 6,5% ao ano. O presidente do BC do país, Darmin Nasution, destaca que com a desaceleração econômica, as pressões inflacionárias irão declinar e muitos países irão alterar o foco da política monetária de manter a inflação baixa para dar suporte para a economia.

“Os mercados devem começar a esperar mais desse tipo de atividade em uma preparação não apenas para um calote da Grécia, mas também para um crescimento bastante lento ou negativo na zona do euro”, destaca Andrew B. Busch, estrategista global da BMO Capital Markets.

“Enquanto tais ações irão temporariamente afetar as suas moedas, o crescimento do risco irá eventualmente causar o contrário”, afirmou. O mercado espera a continuidade dos cortes no Brasil e na Turquia e o início de um afrouxamento na Coréia do Sul.

Pode ser mais um fôlego para os mercados de ações, que costumam ganhar com os cortes de juros. O índice Jakarta Composite Index, da bolsa da Indonésia, avançou 2,34% nesta terça-feira.

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