Melhor desempenho de ações dos Bric desde 1997 está perto do fim
Aumento dos juros nos países, que afeta o crescimento dos lucros corporativos, pode reduzir valor dos papéis
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2011 às 10h31.
Londres - O mais longo período de alta das ações dos países em desenvolvimento desde 1997 pode estar perto do fim à medida que o aumento de juros no Brasil, Rússia, Índia e China afeta o crescimento dos lucros corporativos.
Pela primeira vez em dois anos, há mais analistas de mercados emergentes reduzindo estimativas de lucro do que aqueles que estão elevando, as empresas de consumo estão com desempenho pior do que as de energia e os papéis das companhias menores estão perdendo em comparação com as maiores, de acordo com dados da Bloomberg e do Morgan Stanley. O mesmo movimento foi observado no fim do período de alta dos mercados emergentes em 2008.
O MSCI Emerging Markets Index subiu 0,9 por cento este ano e investidores de fundos mútuos estão comprando ações de países emergentes no ritmo mais acelerado em cinco meses. O índice é negociado a 2,1 vezes seus ativos, 11 por cento acima da média de 15 anos. O Societe Generale e o Barclays Wealth estão recomendando a seus clientes que reduzam seus investimentos em mercados emergentes uma vez que a alta da inflação corrói as margens de lucros, que estão em recorde de alta.
“O risco de inflação é muito mais visível” em mercados emergentes do que em países desenvolvidos, disse Kevin Gardiner, chefe global de estratégia de investimento do Barclays Wealth, que administra cerca de US$ 266 bilhões. “O crescimento começa a desacelerar. Ao mesmo tempo, os múltiplos parecem plenos”.
Alta da inflação
A inflação na China e na Índia acelerou em março mais do que economistas previam. Os preços foram puxados pela alta das commodities e entrada de recursos nessas economias, que estão entre as que mais crescem no mundo. Os preços ao consumidor no Brasil subiram no mês passado para a maior taxa em mais de dois anos, enquanto a inflação na Rússia está 0,1 ponto percentual abaixo do nível mais elevado desde outubro de 2009.
O banco central da China elevou os juros quatro vezes desde outubro, enquanto a Índia aumentou sua taxa oito vezes desde março de 2010 e o Brasil subiu a Selic cinco vezes. A Rússia elevou sua taxa principal em fevereiro. A taxa básica de juros de um ano da China está em 6,31 por cento, enquanto a taxa de recompra da Índia é 6,75 por cento e a Selic do Brasil é 11,75 por cento. A taxa de refinanciamento da Rússia está em 8 por cento.
O aumento de custos e alta de juros começa a pesar nos lucros das empresas. A margem bruta, ou a porcentagem das vendas que sobra após a dedução do custo do produto, caiu para uma média de 31 por cento para as companhias listadas no índice MSCI de mercados emergentes. No ano passado, a margem bruta era em média 33 por cento, o nível mais alto desde que a Bloomberg começou a acompanhar os dados anuais em 1996.
O aumento do preço das commodities está desencadeando efeitos colaterais pelo aumento dos salários, escreveu Alain Bokobza, chefe da estratégia de distribuição de ativos do Societe Generale, em Paris, em um relatório de 11 de abril, chamado “A festa acabou” em países emergentes. Ele recomenda o rebalanceamento das carteiras, reduzindo a exposição nos emergentes e aumentando nas nações desenvolvidas.
Londres - O mais longo período de alta das ações dos países em desenvolvimento desde 1997 pode estar perto do fim à medida que o aumento de juros no Brasil, Rússia, Índia e China afeta o crescimento dos lucros corporativos.
Pela primeira vez em dois anos, há mais analistas de mercados emergentes reduzindo estimativas de lucro do que aqueles que estão elevando, as empresas de consumo estão com desempenho pior do que as de energia e os papéis das companhias menores estão perdendo em comparação com as maiores, de acordo com dados da Bloomberg e do Morgan Stanley. O mesmo movimento foi observado no fim do período de alta dos mercados emergentes em 2008.
O MSCI Emerging Markets Index subiu 0,9 por cento este ano e investidores de fundos mútuos estão comprando ações de países emergentes no ritmo mais acelerado em cinco meses. O índice é negociado a 2,1 vezes seus ativos, 11 por cento acima da média de 15 anos. O Societe Generale e o Barclays Wealth estão recomendando a seus clientes que reduzam seus investimentos em mercados emergentes uma vez que a alta da inflação corrói as margens de lucros, que estão em recorde de alta.
“O risco de inflação é muito mais visível” em mercados emergentes do que em países desenvolvidos, disse Kevin Gardiner, chefe global de estratégia de investimento do Barclays Wealth, que administra cerca de US$ 266 bilhões. “O crescimento começa a desacelerar. Ao mesmo tempo, os múltiplos parecem plenos”.
Alta da inflação
A inflação na China e na Índia acelerou em março mais do que economistas previam. Os preços foram puxados pela alta das commodities e entrada de recursos nessas economias, que estão entre as que mais crescem no mundo. Os preços ao consumidor no Brasil subiram no mês passado para a maior taxa em mais de dois anos, enquanto a inflação na Rússia está 0,1 ponto percentual abaixo do nível mais elevado desde outubro de 2009.
O banco central da China elevou os juros quatro vezes desde outubro, enquanto a Índia aumentou sua taxa oito vezes desde março de 2010 e o Brasil subiu a Selic cinco vezes. A Rússia elevou sua taxa principal em fevereiro. A taxa básica de juros de um ano da China está em 6,31 por cento, enquanto a taxa de recompra da Índia é 6,75 por cento e a Selic do Brasil é 11,75 por cento. A taxa de refinanciamento da Rússia está em 8 por cento.
O aumento de custos e alta de juros começa a pesar nos lucros das empresas. A margem bruta, ou a porcentagem das vendas que sobra após a dedução do custo do produto, caiu para uma média de 31 por cento para as companhias listadas no índice MSCI de mercados emergentes. No ano passado, a margem bruta era em média 33 por cento, o nível mais alto desde que a Bloomberg começou a acompanhar os dados anuais em 1996.
O aumento do preço das commodities está desencadeando efeitos colaterais pelo aumento dos salários, escreveu Alain Bokobza, chefe da estratégia de distribuição de ativos do Societe Generale, em Paris, em um relatório de 11 de abril, chamado “A festa acabou” em países emergentes. Ele recomenda o rebalanceamento das carteiras, reduzindo a exposição nos emergentes e aumentando nas nações desenvolvidas.