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Manchester United leva goleada do mercado financeiro

IPO dos “Diabos Vermelhos” foi considerado o pior do ano; analistas torcem o nariz


	Preço-alvo para ações do Manchester United é menor do preço negociado atualmente
 (Getty Images)

Preço-alvo para ações do Manchester United é menor do preço negociado atualmente (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 16h24.

São Paulo – Os investidores que apostaram nas ações do Manchester United (MANU) não têm o que comemorar nos pubs afora os gols do time liderado pelo craque Wayne Rooney, hoje em quinto na Liga Inglesa. O IPO dos “Diabos Vermelhos” foi o pior do ano, segundo um levantamento realizado pelo site The Mootley Fool.

O time, que realizou a sua oferta inicial de ações no dia 10 de agosto, acumulava queda de 5,8% até ontem. O clube de futebol vendeu 16,7 milhões de ações como planejado, mas o preço de 14 dólares cada ficou abaixo da faixa estimada entre 16 e 20 dólares.

Para piorar a situação, o banco japonês Nomura anunciou ontem a cobertura das ações com um preço-alvo é de 13 dólares, valor abaixo dos preços negociados atualmente, e a recomendação inicial é neutra.

O analista Robert Fishman, que assina o relatório, destaca quatro pontos positivos para investir na empresa: a grande exposição da equipe ao valor crescente dos direitos de imagem na mídia esportiva, forte crescimento de receita (14% entre 2012 e 2015), posição única para monetizar sua marca de forma global, forte ebitda e lucro líquido (25% e 33 para o período de 2012-2015, respectivamente).

O time tem três fontes de renda principais: transmissão, bilheteria e comercial. A estimativa é de que a receita total chegue a 320 milhões de libras para 2012.


A maior preocupação do analista está em que grande parte da receita pode ser consumida pelos salários dos jogadores e pagamentos de transferências. “Em uma perspectiva histórica, 50% do crescimento da receita é consumido por aumento nos salários”, diz no relatório. As projeções da corretora preveem que, devido ao grande crescimento da receita entre 2012 e 2015, o custo com funcionários vai cair para 44% da receita em 2015. O gasto com jogadores tem a maior parcela nos gastos total do Manchester United.

Desconfiança

Na época do anúncio da operação, um dos editores do site, Brian Richards, destacou duas possíveis explicações. Em primeiro lugar, o Manchester United está sobrecarregado com uma grande dívida relacionada com a aquisição alavancada em 2005 pelo bilionário americano Malcolm Glazer. Além disso, a estrutura do clube não dá palavra aos acionistas nas decisões da empresa: enquanto a família Glazer tem ações que valem 10 votos por unidade, os investidores públicos recebem apenas um voto por ação.

O Manchester United é uma das marcas mais reconhecidas do mundo esportivo com uma história de 134 anos. O time é também um dos mais bem sucedidos, com 60 troféus conquistados. A família Glazer comprou o Manchester United em 2005, em um negócio avaliado em 790 milhões de libras. A família Glazer mantém o controle de voto com 99% e tem 90% de participação econômica na equipe, após a venda de 8,33 milhões de ações como parte da oferta inicial.

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