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Maior gestora de títulos do mundo procura “a camiseta mais limpa entre as sujas”

PIMCO cita os Estados Unidos como a opção mais óbvia, mas também lembra do Brasil, Canadá, México e Alemanha

Cristo Redentor no Rio de Janeiro: Brasil é uma "camiseta limpa entre as sujas" (Oscar Cabral/Veja)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2012 às 12h05.

São Paulo – Não dá para dizer que os Estados Unidos são a melhor opção de investimento, pois isso significaria que é um lugar sem problema algum. O que o país caracteriza agora é mesmo o lugar “menos pior” para aplicar. Ao menos na visão de William H. Gross, fundador e diretor da gestora global Pacif Mangment Investiments (PIMCO).

Gross gosta de usar o termo “ clean dirty shirt ”, algo que, em português, poderia ser traduzido como “a camiseta mais limpa entre as sujas”. E é assim que ele define os Estados Unidos.

O Brasil também se destaca no radar de Gross. Algo ainda mais difícil de se fazer no cenário seria encontrar um “clean dirty shirt” que combina também altas taxas de juros reais, dando chance do investidor conseguir maiores ganhos com suas aplicações. Por esse modelo, em outro relatório, Gross já apontou o Brasil, ao lado do Canadá, México e Alemanha, em relatório anterior.

“Devo admitir – assim como as agências de rating – que alguns países são melhores que outros”, escreve Gross. E esses países, na opinião do executivo, combinam alguns fatores simultaneamente, como dívidas dentro do histórico normal, emitidas na moeda nacional, com uma balança comercial razoável, respeito à ‘santidade’ dos direitos de propriedade, com domínio global no cenário militar, que têm inovação e educação.


Gross reconhece porém que essa condição não é permanente para nenhum país e que uma camisa limpa hoje, pode estar bem suja amanhã. Ele aponta porém que a relação entre dívida e PIB dos Estados Unidos próxima a 100% não é uma ameaça no curto prazo, mas pode virar se o aumento dessa relação continuar subindo e se confirmar com uma tendência de alta. Isso já excluiria o primeiro item da lista que define o melhor entre os piores, o critério de dívida dentro de uma média histórica.

Lucros mais difíceis no “Novo Normal”

A PIMCO gosta de cunhar novos termos para o mercado. O braço direito de Gross na gestora, Mohamed A. El-Erian, inventou o “New Normal”, ou “Novo Normal”. Ou seja: daqui para frente, vamos ter que nos acostumar com o cenário econômico que está se desenhando, pois esse é o “Novo Normal”.

E com esse novo cenário, Gross acredita que será cada vez mais difícil conseguir bons retornos. Ele conta uma história de quando o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, viajou para Washington para discutir leis sobre fundos de pensão.

Gross lembra que na ocasião Bloomberg disse “Se alguém te oferecer um retorno garantido de 7% sobre seu investimento para o resto de sua vida, aceite e apenas verifique se o nome do sujeito não é Madoff”.

“Eu não tenho certeza se isso é possível na era do Novo Normal, onde o Tesouro tem taxas de juros negativas e o cenário financeiro pressiona bônus e ações”, avalia Gross.

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São Paulo – Não dá para dizer que os Estados Unidos são a melhor opção de investimento, pois isso significaria que é um lugar sem problema algum. O que o país caracteriza agora é mesmo o lugar “menos pior” para aplicar. Ao menos na visão de William H. Gross, fundador e diretor da gestora global Pacif Mangment Investiments (PIMCO).

Gross gosta de usar o termo “ clean dirty shirt ”, algo que, em português, poderia ser traduzido como “a camiseta mais limpa entre as sujas”. E é assim que ele define os Estados Unidos.

O Brasil também se destaca no radar de Gross. Algo ainda mais difícil de se fazer no cenário seria encontrar um “clean dirty shirt” que combina também altas taxas de juros reais, dando chance do investidor conseguir maiores ganhos com suas aplicações. Por esse modelo, em outro relatório, Gross já apontou o Brasil, ao lado do Canadá, México e Alemanha, em relatório anterior.

“Devo admitir – assim como as agências de rating – que alguns países são melhores que outros”, escreve Gross. E esses países, na opinião do executivo, combinam alguns fatores simultaneamente, como dívidas dentro do histórico normal, emitidas na moeda nacional, com uma balança comercial razoável, respeito à ‘santidade’ dos direitos de propriedade, com domínio global no cenário militar, que têm inovação e educação.


Gross reconhece porém que essa condição não é permanente para nenhum país e que uma camisa limpa hoje, pode estar bem suja amanhã. Ele aponta porém que a relação entre dívida e PIB dos Estados Unidos próxima a 100% não é uma ameaça no curto prazo, mas pode virar se o aumento dessa relação continuar subindo e se confirmar com uma tendência de alta. Isso já excluiria o primeiro item da lista que define o melhor entre os piores, o critério de dívida dentro de uma média histórica.

Lucros mais difíceis no “Novo Normal”

A PIMCO gosta de cunhar novos termos para o mercado. O braço direito de Gross na gestora, Mohamed A. El-Erian, inventou o “New Normal”, ou “Novo Normal”. Ou seja: daqui para frente, vamos ter que nos acostumar com o cenário econômico que está se desenhando, pois esse é o “Novo Normal”.

E com esse novo cenário, Gross acredita que será cada vez mais difícil conseguir bons retornos. Ele conta uma história de quando o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, viajou para Washington para discutir leis sobre fundos de pensão.

Gross lembra que na ocasião Bloomberg disse “Se alguém te oferecer um retorno garantido de 7% sobre seu investimento para o resto de sua vida, aceite e apenas verifique se o nome do sujeito não é Madoff”.

“Eu não tenho certeza se isso é possível na era do Novo Normal, onde o Tesouro tem taxas de juros negativas e o cenário financeiro pressiona bônus e ações”, avalia Gross.

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