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Maior crise de todas? Para BlackRock, impacto da covid fica aquém de 2008

Com boas perspectivas para vacina, gestora prevê retomada econômica já em 2021

Gestora acredita que a vacina deve limitar a perda de atividade econômica causada pela pandemia | Imagem: GettyImages (Aly Song/Reuters)
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Beatriz Quesada

Publicado em 16 de novembro de 2020 às 20h10.

Última atualização em 16 de novembro de 2020 às 20h13.

Gestora acredita que a vacina deve limitar a perda de atividade econômica causada pela pandemia-(Aly Song/Reuters)

A consequência da pandemia de covid-19 para a economia global deve ser mais branda do que a cicatriz causada pela crise financeira mundial de 2008. É o que acredita a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, com 7 trilhões de dólares sob gestão.

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Em relatório divulgado nesta segunda-feira, 16, a BlackRock defendeu que a análise tradicional de ciclo de negócios não pode ser aplicada ao choque causado pelo novo coronavírus. Para a gestora, os eventos de 2020 devem deve ser encarados como parte de um desastre natural cuja solução, a propósito, já está no horizonte.

“Com a vacina, vemos com mais clareza que a perda de atividade [econômica] provavelmente será limitada. Em nossa estimativa, o resultado será apenas uma fração do que aquele visto após a crise financeira global de 2008 — mesmo considerando um novo surto de infecções”, afirma o documento assinado por quatro analistas do BlackRock Investment Institute.

Na corrida das vacinas, duas estão bem avançadas. A biofarmacêutica Moderna informou hoje que sua potencial vacina contra o coronavírus teve eficácia de 94,5%. O resultado é superior aos 90% de eficácia apresentados na semana passada pela concorrente Pfizer. A propósito, o anúncio levou as ações da Moderna a bateram pela primeira vez a marca de negociação de 100 dólares por papel — as ações já acumulam valorização de 400% neste ano.

Ainda assim, não há previsão de quando uma solução estará amplamente disponível. Mas, para a BlackRock, esse não é um impeditivo para comemorar a melhora no cenário. “A virada no jogo é que agora sabemos que estamos construindo uma ponte para algum lugar, e isso fornece mais clareza para governos e empresas sobre como chegar ao estágio pós-Covid. Assim, será mais fácil absorver quaisquer decepções de curto prazo e ter maior confiança no plano de retomada”, argumentam.

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Tendências: sustentabilidade e inflação

A BlackRock também se posicionou sobre o que chamou de “nova orientação de investimento” para o pós-pandemia, focada, entre outros pontos, em sustentabilidade. Segundo a gestora, a crise causada pela Covid-19 iluminou alguns aspectos subestimados dos já famosos critérios ESG (sigla em inglês para aspectos ambientais, sociais e de governança). Entre eles, a segurança dos funcionários e a integridade da cadeia de suprimentos, dois dos eixos mais atingidos pela crise atual.

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A pandemia também acelerou tendências geopolíticas que já estavam em movimento, como a mudança em direção a uma ordem mundial bipolar entre EUA e China, aliada a um remapeamento das cadeias de abastecimento globais, até então muito dependentes de fornecedores externos especializados em determinados produtos. A diversificação produtiva e a perda da especialização vão acarretar, na opinião da BlackRock, custos de produção mais elevados.

O movimento, aliado à pressão por estímulos fiscais e monetários, aponta para um regime de inflação mais alta, segundo a gestora. A recomendação é que os investidores adaptem suas carteiras tanto para absorver estratégias de inflação quanto para apostar em ativos sustentáveis.

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