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Justiça paralisa operação da maior mina da Vale em MG; ações caem

Justiça atendeu a uma ação impetrada pelo Ministério Público Federal em Minas Gerais

Vale: no ano, os papéis acumulam queda de 11% na B3 (Denis Balibouse/Reuters)

Vale: no ano, os papéis acumulam queda de 11% na B3 (Denis Balibouse/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 4 de fevereiro de 2019 às 12h47.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2019 às 15h38.

São Paulo – As ações da Vale ampliaram a queda na tarde desta segunda-feira. Por volta das 15h30, os papéis operavam em baixa de 4,58%, sendo negociados em R$ 44.

Uma notícia publicada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, afirma que a Justiça determinou que a mina de Brucutu, pare de operar.

A mina, localizada em São Gonçalo do Rio Baixo em Minas Gerais, é a maior mina de ferro em operação no estado mineiro.

“A Justiça atendeu a uma ação impetrada pelo Ministério Público Federal em Minas Gerais. Na liminar concedida, a Vale é instada a parar de lançar rejeitos na adutora de Brucutu até que preste uma série de esclarecimentos e informações ao MP”, afirmou a nota.

Em fato relevante divulgado ao mercado, a Vale afirmou que o impacto estimado da paralisação temporária da barragem de Laranjeiras na mina de Brucutu complexo de Minas Centrais) é de aproximadamente 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Disse ainda que adotará as medidas judiciais cabíveis quanto à referida decisão.

Ação coletiva

Ainda no radar dos investidores está a notícia de que mais dois escritórios americanos entraram com ação coletiva contra a Vale, em função do rompimento da barragem em Brumadinho (MG) no dia 25 de janeiro.

Na sexta-feira (1º de fevereiro), o escritório Levi & Korsinsky entrou com uma ação coletiva. Na quarta-feira (30), o Glancy Prongay & Murray iniciou a ação no órgão de regulação do mercado americana (SEC).

As ações são direcionadas a investidores que possuíam valores mobiliários da Vale no período de 13 de abril de 2018 e 28 de janeiro de 2019.

Os escritórios alegam que a Vale fez declarações falsas, enganosas ou não divulgou informações adequadas sobre o risco e potencial dano do rompimento da barragem na Mina do Feijão, que os programas para mitigar incidentes de saúde e segurança eram inadequados.

Em relatório, os analistas da corretora Guide Investimentos afirmaram que as ações da companhia deverão continuar pressionadas e extremamente voláteis, reflexo dos danos de imagem e provisões para pagamento de multas e indenizações. Disse ainda que o risco de uma derrota nas ações coletivas deverá aumentar o passivo de contingentes da ações da Vale.

"Em suma, o fluxo de notícias negativas em torno da empresa deverá continuar a influenciar no movimento dos papéis da mineradora. Mais: o rompimento da barragem poderá atrasar também as concessões e licenças ambientais nas operações do Brasil. Há também o eminente risco de rebaixamento da classificação de crédito por parte de agências de risco."

No ano, as ações da Vale acumulam queda de 11% na Bolsa.

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