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Juros recuam sob comentários sobre a meta fiscal

Comentários sobre a possibilidade de o ministro da Fazenda não alterar a meta de superávit primário levaram taxas a cair

Bovespa: o contrato do juro futuro para janeiro do ano que vem encerrou a sessão marcando 7,18%, ante 7,17% no ajuste (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 16h26.

São Paulo - O mercado de juros optou por dar mais peso a comentários de que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, seria contrário à redução da meta de superávit primário do que ao IPCA-15 de janeiro, que veio acima do teto das estimativas dos economistas.

Nesse ambiente, as taxas futuras, que abriram em alta diante da inflação pressionada, passaram a cair levemente pouco antes do meio-dia e se mantiveram assim até o fechamento. Segundo operadores, caso a informação não oficial envolvendo a posição de Mantega se confirme, isso significa que ainda não houve abandono completo do tripé macroeconômico.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o contrato para janeiro de 2014 (177.535 contratos) marcava taxa de 7,18%, ante 7,17% ontem. O DI para janeiro de 2015 (218.570 contratos) indicava 7,86%, ante 7,88% no ajuste. Entre os mais longos, o contrato para janeiro de 2017 (77.340 contratos) tinha taxa de 8,67%, ante 8,68% da véspera, e o DI para janeiro de 2021 (2.875 contratos) apontava 9,38%, ante 9,41% no ajuste.

"As notícias sobre a meta fiscal pesam, uma vez que indicam que o governo não vai por um caminho tão tortuoso de abandono completo do tripé macroeconômico", afirmou um profissional da área de renda fixa. Segundo informações não oficiais que circularam ao fim da manhã, Mantega estaria mais inclinado a fazer valer a prerrogativa de abater do cálculo da meta fiscal os investimentos públicos, sem alterar o objetivo de superávit primário para este ano, definido em R$ 155,9 bilhões, correspondentes a 3,1% do PIB.

O governo, no entanto, não teria chegado a um consenso sobre a redução da meta de superávit fiscal deste ano, que está sendo discutida. O debate é intenso, com posições favoráveis e contrárias à preservação do rigor fiscal e ao abandono de artifícios contábeis para fechar a meta do ano.


Ainda relacionado de forma indireta ao tema fiscal, a Receita informou nesta quarta-feira que a arrecadação de impostos e contribuições federais atingiu R$ 1,029 trilhão em 2012 em termos nominais. O valor é recorde e representa crescimento de 0,70% em termos reais em relação ao valor recolhido em 2011 e uma alta de 6,12% em termos nominais. Por outro lado, a arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal apresentou em 2012 o pior desempenho desde 2009, com avanço de apenas 0,27% em relação a 2011.


Ainda que de forma secundária, notícias de que a presidente Dilma Rousseff anunciará nesta quarta-feira, em cadeia nacional, redução maior do que a antecipada para as contas de energia também ajudaram a segurar as taxas futuras em leve baixa. Antes, a presidente havia garantido redução de 16,2% para a conta de luz dos consumidores residenciais e de até 28% para as empresas, a partir de fevereiro.

A Aneel confirmou que o desconto nas contas de luz residenciais e industriais será maior do que o prometido pelo governo em setembro do ano passado. Segundo a agência, o desconto para os consumidores residenciais será de pelo menos 18%. Já a redução para a indústria deve ultrapassar os 32%.

Pela manhã, o movimento inicial de alta das taxas futuras foi determinado pelo IPCA-15 de janeiro. A taxa de 0,88% representa aceleração em relação ao 0,69% do indicador de dezembro. Após o resultados, diversas casas afirmaram que o IPCA fechado de janeiro deve ser revisto para cima.

Outro indicador de inflação, o IPC-S divulgado pela Fundação Getulio Vargas, também veio pressionado. O índice ficou em 1,03% na terceira quadrissemana de janeiro. No período anterior, encerrado em 15 de janeiro, a alta dos preços foi de 0,89%. Diante deste número, o coordenador do IPC-S da FGV, Paulo Picchetti, elevou sua estimativa para o índice no fechamento de janeiro de 1% para 1,15%.

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São Paulo - O mercado de juros optou por dar mais peso a comentários de que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, seria contrário à redução da meta de superávit primário do que ao IPCA-15 de janeiro, que veio acima do teto das estimativas dos economistas.

Nesse ambiente, as taxas futuras, que abriram em alta diante da inflação pressionada, passaram a cair levemente pouco antes do meio-dia e se mantiveram assim até o fechamento. Segundo operadores, caso a informação não oficial envolvendo a posição de Mantega se confirme, isso significa que ainda não houve abandono completo do tripé macroeconômico.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o contrato para janeiro de 2014 (177.535 contratos) marcava taxa de 7,18%, ante 7,17% ontem. O DI para janeiro de 2015 (218.570 contratos) indicava 7,86%, ante 7,88% no ajuste. Entre os mais longos, o contrato para janeiro de 2017 (77.340 contratos) tinha taxa de 8,67%, ante 8,68% da véspera, e o DI para janeiro de 2021 (2.875 contratos) apontava 9,38%, ante 9,41% no ajuste.

"As notícias sobre a meta fiscal pesam, uma vez que indicam que o governo não vai por um caminho tão tortuoso de abandono completo do tripé macroeconômico", afirmou um profissional da área de renda fixa. Segundo informações não oficiais que circularam ao fim da manhã, Mantega estaria mais inclinado a fazer valer a prerrogativa de abater do cálculo da meta fiscal os investimentos públicos, sem alterar o objetivo de superávit primário para este ano, definido em R$ 155,9 bilhões, correspondentes a 3,1% do PIB.

O governo, no entanto, não teria chegado a um consenso sobre a redução da meta de superávit fiscal deste ano, que está sendo discutida. O debate é intenso, com posições favoráveis e contrárias à preservação do rigor fiscal e ao abandono de artifícios contábeis para fechar a meta do ano.


Ainda relacionado de forma indireta ao tema fiscal, a Receita informou nesta quarta-feira que a arrecadação de impostos e contribuições federais atingiu R$ 1,029 trilhão em 2012 em termos nominais. O valor é recorde e representa crescimento de 0,70% em termos reais em relação ao valor recolhido em 2011 e uma alta de 6,12% em termos nominais. Por outro lado, a arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal apresentou em 2012 o pior desempenho desde 2009, com avanço de apenas 0,27% em relação a 2011.


Ainda que de forma secundária, notícias de que a presidente Dilma Rousseff anunciará nesta quarta-feira, em cadeia nacional, redução maior do que a antecipada para as contas de energia também ajudaram a segurar as taxas futuras em leve baixa. Antes, a presidente havia garantido redução de 16,2% para a conta de luz dos consumidores residenciais e de até 28% para as empresas, a partir de fevereiro.

A Aneel confirmou que o desconto nas contas de luz residenciais e industriais será maior do que o prometido pelo governo em setembro do ano passado. Segundo a agência, o desconto para os consumidores residenciais será de pelo menos 18%. Já a redução para a indústria deve ultrapassar os 32%.

Pela manhã, o movimento inicial de alta das taxas futuras foi determinado pelo IPCA-15 de janeiro. A taxa de 0,88% representa aceleração em relação ao 0,69% do indicador de dezembro. Após o resultados, diversas casas afirmaram que o IPCA fechado de janeiro deve ser revisto para cima.

Outro indicador de inflação, o IPC-S divulgado pela Fundação Getulio Vargas, também veio pressionado. O índice ficou em 1,03% na terceira quadrissemana de janeiro. No período anterior, encerrado em 15 de janeiro, a alta dos preços foi de 0,89%. Diante deste número, o coordenador do IPC-S da FGV, Paulo Picchetti, elevou sua estimativa para o índice no fechamento de janeiro de 1% para 1,15%.

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