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Juros longos sobem com melhora externa

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 estava em 7,30%


	Pregão da Bovespa: a taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 marcava 7,78%
 (Marcel Salim/EXAME.com)

Pregão da Bovespa: a taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 marcava 7,78% (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2012 às 17h23.

São Paulo - A melhora do ambiente externo contribuiu para o avanço das taxas longas de juros futuros, enquanto os contratos de curto prazo seguiram próximos ao patamar visto nas últimas sessões. Os ativos de risco no âmbito internacional pegam carona na aprovação do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês) pela corte alemã. Enquanto isso, segue a expectativa pelo fim da reunião do Federal Reserve, amanhã, quando se espera pelo anúncio de ações de estímulo à economia norte-americana. Internamente, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participou de audiência no Senado, mas praticamente repetiu o conteúdo da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e não deu motivos para alterações na parte curta da curva de juros.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 (135.470 contratos) estava em 7,30%, ante 7,31% no ajuste. Já a taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 (211.865 contratos) marcava 7,78%, ante 7,79% ontem. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (65.240 contratos) indicava 9,17%, ante 9,11% na véspera. O DI janeiro de 2021, com giro de 3.905 contratos, apontava 9,75%, de 9,67% no ajuste anterior.

A repetição, por parte de Tombini, de que a inflação segue seu processo de convergência para a meta de forma não linear, o discurso da equipe econômica sobre a importância da manutenção da taxa básica em patamares baixos e o recente programa para reduzir o custo da energia está ajudando a adiar as apostas na retomada do ciclo de alta da Selic. O presidente do BC afirmou hoje que a instituição não aposentou os "ciclos monetários". "Os ciclos monetários continuam com a gente", disse. Mas segundo ele, o País está conseguindo fazer um processo de convergência da inflação e viver com juros mais baixos. Tombini reforçou que a reversão no processo de convergência da inflação para a meta é um processo temporário.


Para os analistas, isso significa que o BC não dará início a um processo de elevação da Selic considerando apenas alguns repiques de preços. Mas enquanto a inflação no atacado vai dando sinais de que já absorveu o recente avanço das commodities agrícolas, como mostrou a primeira prévia do IGP-M de setembro, os índices ao consumidor ainda sentem tal impacto. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, registrou alta de 0,31% na 1ª quadrissemana de setembro, ante 0,27% no fechamento de agosto. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o grupo Alimentação apresentou forte aceleração, para 1,46% nesta primeira pesquisa mensal, ante 1,08% no fechamento de agosto.

No exterior, os negócios têm mais um dia de ganhos. Logo cedo, a Corte alemã ratificou o ESM e o chamado Pacto Fiscal, que preveem, respectivamente, a criação de um fundo de 500 bilhões de euros para socorrer os países membros da zona do euro e a restrição da soberania nacional sobre a política orçamentária. Contudo, os juízes do mais alto tribunal alemão impuseram algumas condições, como a que limita as obrigações da Alemanha com o fundo a 190 bilhões de euros. Agora, os investidores estão em compasso de espera pelo término da reunião do Fed. A expectativa pelo anúncio de uma terceira rodada de afrouxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês) segue no radar.

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