Mercados

Juros futuros ficam de lado em dia de noticiário fraco

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 indicava 7,72%, nivelado ao ajuste

Ainda que em horário reduzido, as bolsas em Nova York reabrem nesta sexta-feira, voltando a ser referência para os negócios da bolsa brasileira (Germano Lüders/EXAME)

Ainda que em horário reduzido, as bolsas em Nova York reabrem nesta sexta-feira, voltando a ser referência para os negócios da bolsa brasileira (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2012 às 17h09.

São Paulo - Em uma sexta-feira de agenda doméstica e internacional fraca, os juros futuros passaram o dia praticamente de lado, apenas com um leve viés de queda nas taxas mais longas. Nem mesmo o rebaixamento, pela Moody's, da classificação de alguns dos maiores bancos do mundo na quinta-feira, quando o mercado já estava fechado, teve força para mover as taxas. E a notícia mais relevante do dia, de que o Banco Central Europeu (BCE) ampliou o leque de produtos que aceitará como garantia para facilitar o acesso aos seus empréstimos, teve mais efeitos sobre os juros internacionais, sobretudo dos países periféricos da Europa, do que sobre o mercado doméstico.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (64.700 contratos) indicava 7,72%, nivelado ao ajuste. O DI janeiro de 2014, com movimento de 152.930 contratos, marcava 8,05%,idêntico ao da véspera. Entre os longos, a taxa projetada pelo contratos de DI janeiro para 2017 (57.475 contratos) era de 9,46%, de 9,50% ontem, enquanto o juro do DI janeiro de 2021 (1.565 contratos) estava em 10,05%, de 10,06% no ajuste.

A ação do BCE, por sinal, foi quase uma resposta à decisão da Moody's, o que, segundo um operador, pode ter feito as notícias se anularem. Ontem, no fim do dia, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou os ratings de 15 bancos com operações globais: Bank of America, Citigroup, Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Morgan Stanley, Royal Bank of Scotland, Barclays, HSBC, Lloyds, BNP Paribas, Crédit Agricole, Societé Générale, Crédit Suisse, UBS, e Deutsche Bank. A alegação foi que tais instituições têm exposição significativa à volatilidade.


Nesta sexta-feira, logo pela manhã, o BCE anunciou que ampliará a gama de títulos que aceita dos bancos da zona do euro como colaterais para a concessão de empréstimos, com o objetivo de incentivar a oferta de crédito para empresas e famílias. O BCE passará a aceitar determinados ativos lastreados em hipotecas, além de ativos lastreados em empréstimos automotivos, leasing e créditos para consumidores. A medida pode representar um auxílio para os bancos obterem mais liquidez do BCE, justamente no momento em que as captações poderiam ficar mais caras devido ao rating menor de algumas instituições.

Por aqui, a dúvida agora é sobre qual será o tamanho de um eventual reajuste dos combustíveis pela Petrobras. Há quem diga que o governo poderá compensar parte da alta com nova redução da Cide. O ex-secretário de Política Econômica e sócio da MB Consultores, José Roberto Mendonça de Barros, porém, enxerga algum impacto sobre os preços. Em entrevista ao jornalista Ricardo Leopoldo, ele afirmou que a inflação está fraca e deve subir entre 4,9% e 5%, mas fez ponderações sobre o "efeito Petrobras". "Como eu acho que vai ocorrer a alta dos combustíveis, de 11,7% na bomba do posto, isso deverá elevar o IPCA para 5,2% ou 5,3% neste ano", disse.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valoresIbovespaJurosMercado financeiro

Mais de Mercados

Shein prepara IPO em Londres, diz Reuters

Balanços de BTG e Petrobras, Focus, ata do Copom e indicadores econômicos: o que move o mercado

Bolsas da Europa mostram viés de baixa após recordes, com foco em dados dos EUA e zona do euro

Bolsas da Ásia fecham mistas, com chinesas pressionadas por dados e expectativa de tarifas dos EUA

Mais na Exame