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Juros fecham em baixa com aposta em "transição ordenada" de poder

Os esforços do governo para manter a agenda da reformas em meio à crise também têm sido bem recebidos

Juros: o contrato de DI para julho de 2017 (225.510 contratos) fechou na mínima, com taxa de 10,473% (TimArbaev/Thinkstock)

Juros: o contrato de DI para julho de 2017 (225.510 contratos) fechou na mínima, com taxa de 10,473% (TimArbaev/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de maio de 2017 às 17h26.

São Paulo - Os juros futuros retomaram nesta terça-feira, 23, a trajetória de queda da qual haviam se desviado na segunda-feira, dada a percepção de que haverá uma transição ordenada de poder caso o presidente Michel Temer deixe o cargo, que é a aposta principal do mercado nesta terça-feira.

A avaliação de que, apesar dos sobressaltos nos últimos dias, o câmbio segue bem comportado, com dólar abaixo de R$ 3,30, também favorece o alívio de prêmios na curva a termo.

Adicionalmente, os esforços do governo para manter a agenda da reformas em meio à crise também têm sido bem recebidos.

Ao final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 (225.510 contratos) fechou na mínima, com taxa de 10,473%, de 10,559% no ajuste de segunda.

A taxa do DI janeiro de 2018 (240.635 contratos) caiu de 9,745% para 9,605% e o DI janeiro de 2019 (583.860 contratos) encerrou a 9,89%, de 10,23%.

O DI janeiro de 2021 (344.085 contratos) fechou com taxa de 11,03%, de 11,55%. Às 16h29, o dólar à vista era cotado em R$ 3,2677 (-0,12%).

Segundo profissionais da área de renda fixa, embora seja difícil que as taxas retomem os níveis pré-crise, o dólar, que em tese é hoje o principal fator de risco para a inflação, abaixo de R$ 3,30 abre espaço para a recomposição de posições vendidas, na medida em que permite ao Comitê de Política Monetária (Copom) seguir reduzindo a Selic em 1 ponto porcentual.

"A crise aumentou riscos para cenário de estabilização da economia nos próximos trimestres. O câmbio poderia ser um vetor inflacionário, mas o impacto dessa valorização que vimos nos últimos dias é muito baixo", disse um gestor.

Além disso, cresce no mercado a percepção de que o presidente Temer não conseguirá se sustentar no cargo e que, nesse caso, a saída será feita de forma ordenada.

"Michel Temer está com os dias contados. A sua saída não deve tardar muito", escrevem os analistas da MCM Consultores.

Caso isso se concretize, os principais nomes que assumiriam o posto até as eleições em 2018 e que circulam no mercado seriam o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

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