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Juros em baixa estimulam maior captação externa por empresas

Venda total de títulos corporativos brasileiros nos 3 primeiros meses foi quase o triplo da Rússia e o quádruplo do México

Braskem: empresa é uma das 7 que pretendem emitir títulos em dólar no exterior (João Mulsa/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2011 às 10h02.

Nova York/São Paulo - Empresas brasileiras como JBS SA, maior frigorífico do mundo, e a petroquímica Braskem SA têm planos de realizar captações externas em dólares para assegurar custos de financiamento perto dos menores níveis em quatro meses.

Ao menos sete companhias estudam vender dívida nos mercados internacionais no segundo trimestre, colocando o total de ofertas a caminho de igualar o recorde de US$ 15,2 bilhões em captações nos primeiros três meses do ano, de acordo com Eric Ollom, analista da Jefferies & Co. em Nova York. A venda total de títulos corporativos do Brasil entre janeiro e março foi quase o triplo dos US$ 5,2 bilhões da Rússia e quase quatro vezes os US$ 4,3 bilhões do México, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Empresas brasileiras buscam vender dívida à medida que crescem as especulações de que a aceleração da expansão econômica nos Estados Unidos vai elevar o rendimento dos títulos do Tesouro americano, a referência para tomadores de recursos no mercado de bônus em dólar. Os títulos de empresas brasileiras em dólar renderam 6 por cento ontem, após atingirem 5,94 por cento no mês passado, o menor nível desde 12 de novembro, de acordo com o JPMorgan Chase & Co.

“Não é o caso de entrar agora antes que a janela se feche, mas há um reconhecimento de que esta é uma boa hora para ir a mercado”, disse Michael Schoen, chefe de mercados de capitais de dívida da América Latina do Credit Suisse Group AG em Nova York, em entrevista por telefone. “Daqui a seis meses, se o rendimento das notas do Tesouro de 10 anos estiver 100 pontos- base maior, é bem provável que os níveis absolutos também estejam mais altos.”

Operação da Braskem

O rendimento dos papéis do Tesouro americano com vencimento em 10 anos vai subir 42 pontos-base, ou 0,42 ponto percentual, para 3,9 por cento até o fim do ano, o maior patamar desde abril de 2010, de acordo com a projeçào mediana de 62 economistas ouvidos pela Bloomberg. As taxas subiram 31 pontos-base em relação a 16 de março, seu nível mais baixo em três meses.


As empresas brasileiras pagam entre 11,96 por cento e 13,5 por cento para tomar recursos no mercado local de títulos, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

A Braskem, sediada em São Paulo, quer captar no exterior, em até três meses, com títulos de 10 anos antes que os custos de financiamento nos EUA subam, disse Marcela Drehmer, diretora financeira da petroquímica, em 22 de março. O rendimento das notas da Braskem com cupom 7 por cento e vencimento em 2020 caiu para 5,77 por cento esta semana, a menor taxa desde a emissão dos papéis em abril de 2010, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Um assessor de imprensa da Braskem se recusou a fazer comentários para esta reportagem.

‘Muito vantajoso’

A JBS estuda fazer captação nos mercados internacionais, disse Wesley Batista, presidente da empresa, a repórteres em São Paulo em 24 de março. Um porta-voz da JBS não retornou após dois telefonemas e um e-mail solicitando comentário.

“A expectativa de todos é que em algum momento dentro dos próximos seis a 12 meses, os juros subam”, disse Ollom em entrevista por telefone. “Então é muito vantajoso para empresas brasileiras assegurar taxas de mais longo prazo relativamente baixas.”

Operadores veem 40 por cento de chances de o Federal Reserve elevar a taxa básica de juros na reunião de dezembro, segundo o mercado de juros futuros. No mês passado, essa probabilidade era calculada em 33,1 por cento. O Fed mantém o juro básico entre zero e 0,25 por cento desde dezembro de 2008.

A taxa de desemprego nos EUA caiu para o menor nível em dois anos em março, enquanto a indústria teve expansão próxima ao ritmo mais acelerado desde 2004, fortalecendo os sinais de que a recuperação americana está ganhando impulso.

O rendimento adicional que investidores exigem para deter títulos da dívida pública brasileira em dólares no lugar de papéis do Tesouro americano caiu um ponto-base, para 168 ontem, segundo o JPMorgan.

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Ao menos sete companhias estudam vender dívida nos mercados internacionais no segundo trimestre, colocando o total de ofertas a caminho de igualar o recorde de US$ 15,2 bilhões em captações nos primeiros três meses do ano, de acordo com Eric Ollom, analista da Jefferies & Co. em Nova York. A venda total de títulos corporativos do Brasil entre janeiro e março foi quase o triplo dos US$ 5,2 bilhões da Rússia e quase quatro vezes os US$ 4,3 bilhões do México, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Empresas brasileiras buscam vender dívida à medida que crescem as especulações de que a aceleração da expansão econômica nos Estados Unidos vai elevar o rendimento dos títulos do Tesouro americano, a referência para tomadores de recursos no mercado de bônus em dólar. Os títulos de empresas brasileiras em dólar renderam 6 por cento ontem, após atingirem 5,94 por cento no mês passado, o menor nível desde 12 de novembro, de acordo com o JPMorgan Chase & Co.

“Não é o caso de entrar agora antes que a janela se feche, mas há um reconhecimento de que esta é uma boa hora para ir a mercado”, disse Michael Schoen, chefe de mercados de capitais de dívida da América Latina do Credit Suisse Group AG em Nova York, em entrevista por telefone. “Daqui a seis meses, se o rendimento das notas do Tesouro de 10 anos estiver 100 pontos- base maior, é bem provável que os níveis absolutos também estejam mais altos.”

Operação da Braskem

O rendimento dos papéis do Tesouro americano com vencimento em 10 anos vai subir 42 pontos-base, ou 0,42 ponto percentual, para 3,9 por cento até o fim do ano, o maior patamar desde abril de 2010, de acordo com a projeçào mediana de 62 economistas ouvidos pela Bloomberg. As taxas subiram 31 pontos-base em relação a 16 de março, seu nível mais baixo em três meses.


As empresas brasileiras pagam entre 11,96 por cento e 13,5 por cento para tomar recursos no mercado local de títulos, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

A Braskem, sediada em São Paulo, quer captar no exterior, em até três meses, com títulos de 10 anos antes que os custos de financiamento nos EUA subam, disse Marcela Drehmer, diretora financeira da petroquímica, em 22 de março. O rendimento das notas da Braskem com cupom 7 por cento e vencimento em 2020 caiu para 5,77 por cento esta semana, a menor taxa desde a emissão dos papéis em abril de 2010, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Um assessor de imprensa da Braskem se recusou a fazer comentários para esta reportagem.

‘Muito vantajoso’

A JBS estuda fazer captação nos mercados internacionais, disse Wesley Batista, presidente da empresa, a repórteres em São Paulo em 24 de março. Um porta-voz da JBS não retornou após dois telefonemas e um e-mail solicitando comentário.

“A expectativa de todos é que em algum momento dentro dos próximos seis a 12 meses, os juros subam”, disse Ollom em entrevista por telefone. “Então é muito vantajoso para empresas brasileiras assegurar taxas de mais longo prazo relativamente baixas.”

Operadores veem 40 por cento de chances de o Federal Reserve elevar a taxa básica de juros na reunião de dezembro, segundo o mercado de juros futuros. No mês passado, essa probabilidade era calculada em 33,1 por cento. O Fed mantém o juro básico entre zero e 0,25 por cento desde dezembro de 2008.

A taxa de desemprego nos EUA caiu para o menor nível em dois anos em março, enquanto a indústria teve expansão próxima ao ritmo mais acelerado desde 2004, fortalecendo os sinais de que a recuperação americana está ganhando impulso.

O rendimento adicional que investidores exigem para deter títulos da dívida pública brasileira em dólares no lugar de papéis do Tesouro americano caiu um ponto-base, para 168 ontem, segundo o JPMorgan.

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