Juros curtos fecham em alta após elevação da Selic
No fim do pregão regular, na BM&F Bovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento em janeiro de 2015 (91.990 contratos) apontava 11,257%
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2014 às 16h17.
São Paulo - As taxas de juros futuras com prazos curtos fecharam em forte alta nesta quinta-feira, 30, depois de o mercado de derivativos de renda fixa promover um forte ajuste em reação à decisão surpreendente do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar ontem a taxa de juros básica, a Selic.
No fim do pregão regular, na BM&F Bovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento em janeiro de 2015 (91.990 contratos) apontava 11,257%, ante 10,942% no ajuste de ontem.
O contrato com vencimento em janeiro de 2016 (343.760 contratos) indicava 12,16%, de 11,83%.
Na ponta longa da curva, o contrato para janeiro de 2017 (339.950 contratos) tinha taxa de 12,23%, de 11,98% no ajuste de ontem.
O contrato para janeiro de 2021 (199.705 contratos) registrava taxa de 12,09%, de 12,15% no ajuste de ontem.
Na noite de ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu o mercado e elevou a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 11,25% ao ano.
No comunicado, divulgado após uma reunião de dois dias, o BC disse que "desde sua última reunião, entre outros fatores, a intensificação dos ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável".
Diante disso, continuou a nota, "o Comitê considerou oportuno ajustar as condições monetárias de modo a garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016".
Na avaliação dos analistas, esse é apenas o início de um ciclo de aperto, com a Selic podendo ser elevada para acima de 12%.
Além disso, os economistas afirmaram que isso ajuda a resgatar a confiança no Banco Central e pode indicar a intenção do governo de restabelecer o tripé macroeconômico.
A decisão veio horas após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pegar os mercados de surpresa ao divulgar um comunicado com um tom mais duro, no fim da sua reunião de dois dias política monetária.
"A alta da Selic foi um recado ao mercado, mostrando independência do BC. O banco está preocupado com a alta do dólar e fez uma elevação 'preventiva' dos juros", disse o diretor-técnico da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em nota para clientes.
Segundo ele, o BC cita um "custo menor" da política monetária para o cenário da inflação nos próximos dois anos.
"A alta do dólar e o temor do Fed estão embutidos nesta decisão", ressaltou Faria Júnior.
Para o analista, a ata da reunião do Copom, prevista para a próxima quinta-feira, e a nomeação da equipe econômica serão determinantes para entender a extensão deste novo ciclo de alta dos juros.
"Provavelmente teremos novas elevações", acrescentou.
São Paulo - As taxas de juros futuras com prazos curtos fecharam em forte alta nesta quinta-feira, 30, depois de o mercado de derivativos de renda fixa promover um forte ajuste em reação à decisão surpreendente do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar ontem a taxa de juros básica, a Selic.
No fim do pregão regular, na BM&F Bovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento em janeiro de 2015 (91.990 contratos) apontava 11,257%, ante 10,942% no ajuste de ontem.
O contrato com vencimento em janeiro de 2016 (343.760 contratos) indicava 12,16%, de 11,83%.
Na ponta longa da curva, o contrato para janeiro de 2017 (339.950 contratos) tinha taxa de 12,23%, de 11,98% no ajuste de ontem.
O contrato para janeiro de 2021 (199.705 contratos) registrava taxa de 12,09%, de 12,15% no ajuste de ontem.
Na noite de ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu o mercado e elevou a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 11,25% ao ano.
No comunicado, divulgado após uma reunião de dois dias, o BC disse que "desde sua última reunião, entre outros fatores, a intensificação dos ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável".
Diante disso, continuou a nota, "o Comitê considerou oportuno ajustar as condições monetárias de modo a garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016".
Na avaliação dos analistas, esse é apenas o início de um ciclo de aperto, com a Selic podendo ser elevada para acima de 12%.
Além disso, os economistas afirmaram que isso ajuda a resgatar a confiança no Banco Central e pode indicar a intenção do governo de restabelecer o tripé macroeconômico.
A decisão veio horas após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pegar os mercados de surpresa ao divulgar um comunicado com um tom mais duro, no fim da sua reunião de dois dias política monetária.
"A alta da Selic foi um recado ao mercado, mostrando independência do BC. O banco está preocupado com a alta do dólar e fez uma elevação 'preventiva' dos juros", disse o diretor-técnico da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em nota para clientes.
Segundo ele, o BC cita um "custo menor" da política monetária para o cenário da inflação nos próximos dois anos.
"A alta do dólar e o temor do Fed estão embutidos nesta decisão", ressaltou Faria Júnior.
Para o analista, a ata da reunião do Copom, prevista para a próxima quinta-feira, e a nomeação da equipe econômica serão determinantes para entender a extensão deste novo ciclo de alta dos juros.
"Provavelmente teremos novas elevações", acrescentou.