Juro sobe por Mantega e aponta Selic maior até junho
Aumento das taxas apontou chance de 100% de que a Selic aumente neste semestre
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 16h02.
O fato de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter dito que o juro - e não o câmbio - é o principal instrumento de controle da inflação e que o Banco Central deve tomar "as devidas providências", na hipótese de o índice de preços não desacelerar "espontaneamente", sinalizou para o mercado que o quadro inflacionário preocupa o governo.
Como resultado, as taxas futuras de juros de curto prazo dispararam nesta sexta-feira e apontaram 100% de chance de a Selic subir ainda neste semestre. Ao mesmo tempo, as taxas longas cederam, com as preocupações inflacionárias de longo prazo sendo minimizadas.
Ao término da negociação normal na BM&F, em meio a um forte giro, a taxa para julho de 2013 (448.170 contratos) estava em 7,17%, de 7,10% no ajuste. O contrato para janeiro de 2014 (1.026.510 contratos) marcava 7,62%, ante 7,39% na quinta-feira. O DI para janeiro de 2015 (601.045 contratos) indicava 8,29%, de 8,17% no ajuste.
Entre os mais longos, o contrato para janeiro de 2017 (250.155 contratos) tinha taxa mínima de 8,99%, ante 9,04% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 (30.730 contratos) apontava 9,61%, ante 9,71% no ajuste. Cálculos de profissionais da área de renda fixa indicam chance de a Selic começar a subir entre abril e maio, em 0,25 ponto porcentual. O movimento total de aperto embutido nas taxas é de 1 ponto a 1,25 ponto porcentual.
No fim da tarde da quinta-feira, as taxas futuras haviam abandonado a queda que predominou ao longo de toda a sessão, devido à venda, por parte de um grande player, de lotes de NTN-B no mercado secundário. Ao vender esses papéis, que são atrelados ao IPCA, o mercado entendeu que o Banco Central poderia atuar, via Selic, para conter a escalada dos preços. Mesmo porque, o ex-diretor do BC Luiz Fernando Figueiredo, em uma entrevista que chegou ao mercado no meio da tarde, disse que a Selic poderia subir já em abril. Nesta sessão, a venda de NTN-B prosseguiu após as palavras de Mantega.
"O ministro Mantega sinalizou que o governo está preocupado com a inflação e, de certa forma, deu carta branca ao BC para subir o juro, se necessário", afirmou o estrategista-chefe do Banco WestLB no Brasil, Luciano Rostagno. "Resta saber quando e se isso vai mesmo se transformar em alta de juros, o que pode ser sinalizado no próximo comunicado e ata do Copom", continuou Rostagno, lembrando que a retirada do termo "suficientemente prolongado" da comunicação do BC indicaria uma mudança de estratégia.
As taxas futuras também foram influenciadas por um leilão de swap cambial reverso (equivalente a compra de dólares no mercado futuro). O mercado decidiu testar qual seria o piso do governo e o BC atuou quando a moeda norte-americana caía, fazendo com que invertesse a direção e renovasse máximas até fechar na maior cotação do dia, a R$ 1,9670, com alta de 0,41%, no balcão.
Diante disso tudo, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de fevereiro ficou em segundo plano. O indicador confirmou as expectativas de desaceleração e encerrou fevereiro em 0,29%, após uma taxa de 0,42% em janeiro. O resultado ficou abaixo da mediana calculada pelo AE Projeções, de 0,36%.
O fato de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter dito que o juro - e não o câmbio - é o principal instrumento de controle da inflação e que o Banco Central deve tomar "as devidas providências", na hipótese de o índice de preços não desacelerar "espontaneamente", sinalizou para o mercado que o quadro inflacionário preocupa o governo.
Como resultado, as taxas futuras de juros de curto prazo dispararam nesta sexta-feira e apontaram 100% de chance de a Selic subir ainda neste semestre. Ao mesmo tempo, as taxas longas cederam, com as preocupações inflacionárias de longo prazo sendo minimizadas.
Ao término da negociação normal na BM&F, em meio a um forte giro, a taxa para julho de 2013 (448.170 contratos) estava em 7,17%, de 7,10% no ajuste. O contrato para janeiro de 2014 (1.026.510 contratos) marcava 7,62%, ante 7,39% na quinta-feira. O DI para janeiro de 2015 (601.045 contratos) indicava 8,29%, de 8,17% no ajuste.
Entre os mais longos, o contrato para janeiro de 2017 (250.155 contratos) tinha taxa mínima de 8,99%, ante 9,04% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 (30.730 contratos) apontava 9,61%, ante 9,71% no ajuste. Cálculos de profissionais da área de renda fixa indicam chance de a Selic começar a subir entre abril e maio, em 0,25 ponto porcentual. O movimento total de aperto embutido nas taxas é de 1 ponto a 1,25 ponto porcentual.
No fim da tarde da quinta-feira, as taxas futuras haviam abandonado a queda que predominou ao longo de toda a sessão, devido à venda, por parte de um grande player, de lotes de NTN-B no mercado secundário. Ao vender esses papéis, que são atrelados ao IPCA, o mercado entendeu que o Banco Central poderia atuar, via Selic, para conter a escalada dos preços. Mesmo porque, o ex-diretor do BC Luiz Fernando Figueiredo, em uma entrevista que chegou ao mercado no meio da tarde, disse que a Selic poderia subir já em abril. Nesta sessão, a venda de NTN-B prosseguiu após as palavras de Mantega.
"O ministro Mantega sinalizou que o governo está preocupado com a inflação e, de certa forma, deu carta branca ao BC para subir o juro, se necessário", afirmou o estrategista-chefe do Banco WestLB no Brasil, Luciano Rostagno. "Resta saber quando e se isso vai mesmo se transformar em alta de juros, o que pode ser sinalizado no próximo comunicado e ata do Copom", continuou Rostagno, lembrando que a retirada do termo "suficientemente prolongado" da comunicação do BC indicaria uma mudança de estratégia.
As taxas futuras também foram influenciadas por um leilão de swap cambial reverso (equivalente a compra de dólares no mercado futuro). O mercado decidiu testar qual seria o piso do governo e o BC atuou quando a moeda norte-americana caía, fazendo com que invertesse a direção e renovasse máximas até fechar na maior cotação do dia, a R$ 1,9670, com alta de 0,41%, no balcão.
Diante disso tudo, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de fevereiro ficou em segundo plano. O indicador confirmou as expectativas de desaceleração e encerrou fevereiro em 0,29%, após uma taxa de 0,42% em janeiro. O resultado ficou abaixo da mediana calculada pelo AE Projeções, de 0,36%.