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Juro cai em reação ao recuo do dólar para abaixo de R$ 2

Queda da divisa norte-americana, desaceleração do IPCA e declarações de Dilma sobre a Selic levaram taxas a recuar


	Bovespa: a taxa do juro para outubro deste ano encerrou as negociações a 7,11%, ante 7,15% no ajuste
 (REUTERS/Nacho Doce)

Bovespa: a taxa do juro para outubro deste ano encerrou as negociações a 7,11%, ante 7,15% no ajuste (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - O recuo do dólar para abaixo de R$ 2,00, com a anuência do Banco Central, foi o gatilho para o movimento de queda das taxas futuras de juros nesta terça-feira. Nos dois pregões anteriores, a maior parte das taxas havia subido em reação à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na quinta-feira.

Hoje, também ajudaram no movimento de queda a desaceleração do IPCA ponta da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e as declarações da presidente Dilma Rousseff sobre reduções da Selic. Por fim, as sondagens divergentes em relação ao comportamento da indústria, vindas da FGV e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), contribuíram para manter a cautela dos investidores.

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa para outubro de 2013 (24.450 contratos) estava em 7,11%, de 7,15% no ajuste. O contrato para janeiro de 2014 (260.190 contratos) marcava taxa de 7,19%, ante 7,24% na véspera. O DI para janeiro de 2015 (360.315 contratos) indicava 7,87%, ante 7,94% no ajuste. Entre os mais longos, o contrato para janeiro de 2017 (130.590 contratos) tinha taxa de 8,76%, ante 8,81% ontem, e o DI para janeiro de 2021 (4.950 contratos) apontava 9,48%, ante 9,53% no ajuste.

"A queda do dólar mostra que o Banco Central deve usar o câmbio como um dos instrumentos de 'política monetária', para conter o ímpeto da inflação", afirmou um operador. "Isso mostra que a Selic não deve mesmo ser alterada pelo máximo de tempo possível e o mercado faz seus ajustes para este cenário", continuou.

Desde ontem (28) o dólar recua de forma considerável em relação ao real. Esse movimento teve origem no leilão, feito pelo BC, para rolar o vencimento de cerca de US$ 1,9 bilhão em swaps cambiais, no dia 1º de fevereiro. A opção da autoridade monetária em rolar o vencimento juntou-se à ata do Copom mais conservadora divulgada na semana passada e fez o mercado fechar consenso na ideia de que a preocupação da autoridade monetária com a inflação aumentou.


Hoje, porém, de acordo com fonte que teve acesso ao cálculo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em sua coleta diária de preços usada na formulação de seus indicadores, o IPCA ponta passou de 0,73% no dia 25 para 0,15% ontem. Logo na abertura dos negócios, declarações da presidente Dilma sobre o juro básico da economia pesaram nos DIs. Ontem, ela declarou que "somos um país que tem condições, com sensatez, de reduzir a taxa Selic" e de que "temos condições macroeconômicas para fazer isso". Hoje, porém, a Presidência esclareceu que Dilma se referiu a cortes passados, o que amenizou seus efeitos sobre o mercado.

À tarde, o Tesouro Nacional divulgou que o resultado do Governo Central de dezembro e em 2012 ficou acima do teto das estimativas do mercado. Com as manobras de fim de ano para aumentar as receitas que envolveram uma complexa triangulação financeira, o superávit primário ficou em R$ 88,528 bilhões em 2012. O valor ficou abaixo da meta de R$ 97 bilhões fixada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012. Em dezembro, o superávit primário foi de R$ 28,324 bilhões. "O mercado não olhou para esse número. As manobras feitas no fim do ano fizeram o resultado perder importância", disse um profissional da área de renda fixa.

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