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JPMorgan pretende ficar na China em tempos bons e ruins, diz CEO

Ecoando comentários de autoridades americanas, o diretor-presidente do maior banco dos EUA disse na quarta-feira que não prevê uma dissociação entre o Ocidente e a China

JP Morgan: conta com mais de 2.500 convidados de 37 países (Dylan Martinez/File Photo/Reuters)
Bloomberg

Agência de notícias

Publicado em 31 de maio de 2023 às 11h13.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, disse que o banco planeja permanecer na China em tempos bons e ruins, comprometido em fazer negócios no país governado pelo Partido Comunista em meio à escalada das tensões políticas.

Ecoando comentários de autoridades americanas, o diretor-presidente do maior banco dos EUA disse na quarta-feira que não prevê uma dissociação entre o Ocidente e a China , embora reconheça que a situação é “muito mais complexa agora”.

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“Com o tempo, haverá menos comércio”, disse Dimon em entrevista à Bloomberg Television em Xangai durante o Global China Summit, conferência anual do banco no país. “Vai levar anos para que isso aconteça, mas não será uma dissociação, e o mundo seguirá em frente.”

As declarações de Dimon, feitas durante sua primeira viagem à China continental desde 2019, chegam no pior momento em décadas das relações China-EUA . Uma economia chinesa em desaceleração, restrições nos EUA e repressão do governo de Pequim a empresas estrangeiras obrigam bancos globais a repensar suas ambições no país, com metas de lucro revisadas e cortes de empregos.

A visita do executivo coincidiu com a de outro titã do mundo corporativo americano, Elon Musk , que se reuniu na terça-feira com o ministro de Relações Exteriores da China, Qin Gang, e deve visitar a fábrica da Tesla em Xangai. Em sua reunião com Qin, o bilionário disse que os interesses da China e dos EUA estão interligados, segundo comunicado do governo, no qual o executivo diz que a Tesla se opõe à dissociação da China e está disposta a continuar se expandindo no país.

Já Dimon se reuniu com o chefe do partido de Xangai, Chen Jining, de acordo com o governo municipal. Chen, que também faz parte do Politburo, órgão decisório do Partido Comunista Chinês, disse esperar que o JPMorgan possa ajudar a trazer mais instituições financeiras internacionais para Xangai e fornecer informações sobre o desenvolvimento da cidade.

Dimon não quis comentar suas conversas com autoridades chinesas.

O CEO do JPMorgan, que se define como um patriota americano que segue o governo dos EUA, disse que busca ajudar o povo chinês. A China tem seus próprios problemas, como a “assustadora” taxa de desemprego juvenil de 20%, disse. “Estamos aqui, vamos apoiar o povo chinês.”

Em sua cúpula de dois dias, o JPMorgan conta com mais de 2.500 convidados de 37 países.

A segunda maior economia do mundo ainda é uma potente isca, mas investidores globais buscam novas informações para recalibrar sua abordagem após três anos de restrições da Covid, e com o início do terceiro mandato sem precedentes do presidente Xi Jinping. Executivos do alto escalão de bancos como Goldman Sachs e HSBC também visitaram o país nos últimos meses e se reuniram com autoridades chinesas para fortalecer os laços com Pequim.

Perspectivas de crescimento

A recuperação econômica da China perde força após um salto inicial na atividade de consumo e de negócios no início do ano. Dados mais recentes de abril mostraram um crescimento mais fraco do que o estimado da produção industrial, vendas no varejo e investimento fixo.

“A América ainda está aberta para negócios, mas as empresas chinesas podem estar um pouco preocupadas”, disse Dimon na entrevista.

Em outra entrevista, Mark Leung, diretor-presidente do JPMorgan na China, disse que sua expansão no mercado tem levado mais tempo do que o esperado.

Ainda assim, o banco dobrou o número de funcionários e quadruplicou sua licença nos últimos quatro anos, e a atual desaceleração não é uma preocupação a longo prazo, disse à Bloomberg Television o CEO para a Ásia-Pacífico, Filippo Gori, que participa da cúpula. Enquanto isso, mais investimentos serão realizados nos mercados japonês e australiano para aproveitar o potencial de crescimento.

Embora os acordos de fusão e aquisição tenham diminuído globalmente, Gori disse que o “pipeline” de negócios na Ásia pode se recuperar ao longo do segundo semestre de 2023 até o próximo ano.

“Acredito que a segunda metade do ano, seja na China ou no restante da Ásia-Pacífico, terá uma enxurrada de atividades chegando”, afirmou.

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