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JBS perdeu R$ 7,5 bi em valor de mercado nesta segunda

O papel fechou com uma das menores cotações de sua história – abaixo até, em termos nominais, do valor registrado na abertura de capital há 10 anos

BJS: o tombo coloca a JBS na lista das empresas que mais sofreram no mercado acionário brasileiro desde a crise de 2008 (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de maio de 2017 às 13h38.

São Paulo - A JBS foi duramente punida pelo mercado financeiro na segunda-feira, 22. Depois de registrar leve alta na sexta-feira, o papel da empresa na Bovespa despencou 31,34%. Num único dia, a JBS perdeu R$ 7,5 bilhões em valor de mercado.

O papel fechou valendo R$ 5,98 - uma das menores cotações de sua história, abaixo até, em termos nominais, do valor registrado na abertura de capital, há 10 anos. Em sua estreia, a ação da companhia foi cotada a R$ 6,29.

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Segundo levantamento realizado pela Economática, empresa de análise financeira, o tombo de segunda-feira coloca a JBS na lista das empresas que mais sofreram no mercado acionário brasileiro desde a crise de 2008.

A queda de segunda está abaixo da registrada pela OGX, a empresa de petróleo de Eike Batista, que chegou a entrar em recuperação judicial: sua queda diária recorde foi de 40%. No entanto, se aproxima da retração recorde registrada pelo papel da Sadia.

No auge da crise que precedeu a sua fusão com a Perdigão, caiu 35,5% num dia. A queda da JBS fica acima da registrada pelo Banco Pan - cujo recorde de queda foi de 30,9% em meio a denúncias que terminaram com a venda da instituição.

Indefinição total

Entre os analistas, a percepção é que os indicadores básicos ligados aos negócios da empresa, como projeção de volume comercializado, receita ou mesmo dívida estariam "virando pó". Neste momento, avaliam, não é possível traçar nenhum cenário sobre os resultados para os próximos meses.

A recomendação para os investidores é não fazer nada. Nem vender, nem comprar. O cenário geral do mercado é que a empresa vai sofrer restrição de crédito pelos bancos e pressão dos clientes.

Procuradas pela reportagem, as principais redes de varejo confirmaram, em notas, que estão em compasso de espera. O Carrefour destacou que "não tolera nenhuma prática ilícita e tem como princípio fundamental o combate à corrupção" e vai acompanhar o desfecho do processo para definir uma posição.

O Grupo Pão de Açúcar informou que está "acompanhando o desenrolar dos acontecimentos e que seguirá as cláusulas definidas em contrato estabelecido com o fornecedor". Walmart disse que "integridade é um dos valores fundamentais" da empresa e que acompanha o caso "atentamente".

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, os grupos de varejo monitoram a reação dos consumidores nas redes sociais, onde circulam vídeos pedindo boicotes produtos das marcas Friboi e Seara.

Em nota, a J&F Investimentos declarou que todas as suas controladas atuam normalmente. Sobre a retração da ação da JBS, destacou que a empresa opera "dentro do plano de negócios, tem uma situação financeira robusta e confia na qualidade de seus produtos e serviços".As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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