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Itaú BBA corta recomendação da Gol para neutra

"A recente depreciação do Real e as incertezas macroeconômicas levaram a uma perspectiva de maior risco", dizem os analistas

Gol: no mesmo relatório, o Itaú BBA reiterou a recomendação para as ações da Latam em outperform (foto/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de dezembro de 2016 às 16h23.

Última atualização em 22 de dezembro de 2016 às 16h27.

São Paulo - O Itaú BBA reduziu a recomendação para os papéis da Gol para market perform (desempenho em linha com a média de mercado) e estabeleceu o preço-alvo para o fim de 2017 em R$ 4,5/ação.

Em relatório, os analistas Renato Salomone, Renata Faber, Thais Cascello e Thais Piovesan avaliam que apesar de a Gol ter tomado iniciativas cruciais para a manutenção das operações da companhia - como as negociações com os bondholders, lessores e bancos locais - a manutenção de uma posição forte de caixa tem sido crítica para a companhia.

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O Itaú BBA destaca que a aérea segue com uma queima de caixa elevada, o que traz riscos significativos ao balanço da empresa. Segundo os analistas, a Gol deve encerrar o ano com R$ 1,6 bilhão em caixa, o que equivale a 16% da receita dos últimos 12 meses.

Salomone, Faber, Cascello e Piovesan ainda projetam que a companhia encerrará 2016 com uma alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida ajustada e Ebitdar (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização mais despesas operacionais de arrendamento de aeronaves), de 5,3 vezes - em 2017, a relação deve atingir 7,1 vezes

"Como a Gol é altamente sensível aos movimentos do câmbio, a recente depreciação do Real e as incertezas macroeconômicas levaram a uma perspectiva de maior risco", dizem os analistas.

Latam

No mesmo relatório, o Itaú BBA reiterou a recomendação para as ações da Latam em outperform (desempenho acima da média do mercado), introduzindo o preço-alvo de US$ 10/ADR para o fim de 2017.

Segundo os analistas, o grupo Latam continua administrando a capacidade nos seus mercados de maneira ativa, estratégia que, combinada com as iniciativas de redução de frota e corte de custos, deve dar suporte ao desempenho da empresa.

O banco ainda avalia que o aumento de capital por parte da Qatar Airways provavelmente irá gerar melhoras significativas na posição de caixa da Latam, permitindo que a companhia lide com eventuais desafios no futuro.

"No entanto, a instabilidade nas moedas sul-americanas e as incertezas macroeconômicas são riscos significativos, que podem afetar negativamente a recuperação na demanda aérea", dizem os analistas. Segundo eles, o turnaround na rentabilidade da empresa tem sido lento, mas será mais sustentável com o novo modelo de negócios doméstico.

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