IRB (IRBR3) desaba 10% na bolsa após prejuízo de R$ 92,7 mi em abril
Resseguradora teve aumento no índice de sinistralidade causado pelo segmento de agronegócio
Beatriz Quesada
Publicado em 22 de junho de 2022 às 11h15.
Última atualização em 22 de junho de 2022 às 18h16.
As ações do IRB (IRBR3) recuaram mais de 10% e tiveram o pior desempenho do Ibovespa nesta quarta-feira, 22. A explicação para o recuo está nos números de abril reportados pela empresa na noite de ontem.
- IRB (IRBR3) : - 10,60%
A resseguradora teve um prejuízo de R$ 92,7 milhões no quarto mês do ano. O valor representa um aumento de 89,6% em relação ao prejuízo de R$ 48,9 milhões registrado no mesmo mês do ano passado.
Os dados divulgados fazem parte da prestação de contas que o IRB faz mensalmente à Superintendência de Seguros Privados (Susep). Os detalhes do resultado serão conhecidos apenas na divulgação do próximo balanço, em 15 de agosto. No resultado do primeiro trimestre, a empresa apresentou resultado positivo no balanço do primeiro trimestre após três trimestres de perdas.
No entanto, as informações de abril reportadas já apontam para o retorno das dificuldades. O prêmio emitido pelo ressegurador foi de R$ 552,8 milhões em abril deste ano, redução de 29,7% em relação a abril de 2021. Houve diminuição do prêmio no Brasil de 7,2%, para R$ 338,5 milhões, e redução do prêmio no exterior de 49,1%, para R$214,4 milhões.
Já a despesa de sinistro em abril totalizou 478 milhões de reais, quase estável ano a ano, mas o índice de sinistralidade foi de 103,1%, contra 84,3% em abril do ano passado. Segundo a empresa, o resultado foi afetado pelo segmento de agronegócio.
Hora de vender IRBR3?
Após a divulgação dos dados, analistas do banco UBS e da corretora Genial reiteraram a recomendação de venda para as ações. O preço-alvo do UBS para as ações é de R$ 3,50, enquanto o da Genial é de R$ 2,50. Os papéis do IRB fecharam o pregão da véspera cotados a R$ R$ 2,83.
“Seguimos negativos com o IRB por quatro fatores: o potencial necessidade de levantar capital com constantes prejuízos, a expectativa de continuidade da alta sinistralidade do seguro rural no segundo trimestre, o impacto da cauda de contratos descontinuados na sinistralidade até 2023, e a dificuldade de crescer prêmios, mesmo no Brasil, onde a companhia está focando”, afirmaram, em nota, os analistas da Genial.