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IPO de fintech do Alibaba é novo capítulo em morde-assopra de China e EUA

Varejista chinesa, dona do maior IPO de Nova York, escolheu Xangai e Hong Kong para listar ações da Ant Financial

EUA-China: otimismo sobre novas negociações vem em meio a um divisionismo crescente (Kevin Lamarque/Reuters)

EUA-China: otimismo sobre novas negociações vem em meio a um divisionismo crescente (Kevin Lamarque/Reuters)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 06h53.

Última atualização em 25 de agosto de 2020 às 06h54.

No mesmo dia em que Donald Trump volta ao palco para ser (de novo) a estrela da segunda noite da convenção do partido Republicano, a disputa entre China e Estados Unidos volta à tona. Oficiais de Pequim e Washington tiveram uma conversa telefônica na noite de ontem (horário de Brasília), o que levou analistas a falar em um renovado otimismo sobre um acordo comercial entre os dois países.

A boa notícia vem em meio a um divisionismo crescente. Um dos aspectos mais palpáveis desta disputa está no mercado de tecnologia. Trump, como se sabe, é um crítico ferrenho da crescente influência chinesa em áreas como inteligência artificial, 5G e dados. O aplicativo TikTok, um de seus alvos, decidiu processar o governo americano após Trump bater o pé por sua venda. A alegação é que o TikTok e outras empresas chinesas são agentes a serviço do governo espionando cidadãos e governos mundo afora.

Nesta terça-feira, uma das estrelas do capitalismo chinês, a Ant Financial, fintech do varejista Alibaba, entrou com os papeis para uma abertura de capital em Hong Kong e Xangai. A expectativa é levantar 30 bilhões de dólares. A notícia é simbólica, uma vez que, em 2014, o Alibaba fez o maior IPO da história da Bolsa de Nova York, levantando 25 bilhões de dólares. Agora, Pequim pressiona as empresas nacionais a fortalecer o mercado de capitais local, cortando a dependência dos Estados Unidos nesta frente.

A disputa entre China e Estados Unidos, como se sabe, envolveu este ano também a pandemia da covid-19, com Trump chamando o novo coronavírus de "vírus chinês". Enquanto o presidente americano tenta mostrar que é capaz de recuperar o país, a China acelera para deixar a crise definitivamente para trás e voltar a ser um dínamo econômico ainda em 2020. Os países voltaram a conversar, mas estão tão voltados a seus interesses como nunca.

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