Investidores dos EUA veem riscos na América Latina
Nova York - A aversão ao risco permanecerá sobre os mercados emergentes por algum tempo, apesar de eventos como a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas mudarem um pouco essa percepção, disse nesta segunda-feira uma analista da PineBridge Investments. Os ativos de mercados emergentes sofreram o impacto de fatores aparentemente não relacionados com […]
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2010 às 22h01.
Nova York - A aversão ao risco permanecerá sobre os mercados emergentes por algum tempo, apesar de eventos como a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas mudarem um pouco essa percepção, disse nesta segunda-feira uma analista da PineBridge Investments.
Os ativos de mercados emergentes sofreram o impacto de fatores aparentemente não relacionados com a América Latina, como a crise de dívida da Grécia ou o processo aberto contra o banco norte-americano Goldman Sachs nos Estados Unidos.
"Existe a percepção de que os mercados emergentes são mais arriscados que o resto do mundo", afirmou Deborah Velez Medenica, chefe de operações com ações em mercados emergentes do gestor de fundos PineBridge, antigo AIG Investments.
"Não creio que essa percepção mude na próxima década", acrescentou Medenica durante o Reuters Latin American Investment Summit.
"É questão de educação e tempo para que as pessoas percebam que os mercados emergentes estão bem", afirmou.
Os investimentos institucionais em ativos em mercados emergentes cresceram a entre 5 e 7 por cento da carteira de ativos, ante percentual de 1 a 3 por cento no começo da década de 1990, disse Medenica, que supervisiona ativos de 2,5 bilhões de dólares nesses mercados para a PineBridge.
O mundial de futebol na África do Sul este ano e no Brasil em 2014, junto com as Olimpíadas de Inverno de 2014 na Rússia e as de Verão no Brasil em 2016 deixarão os investidores norte-americanos mais confiantes nos mercados emergentes, disse Medenica.
"Esses países estão construindo infraestrutura necessária e inteligente. Não são os elefantes brancos que vimos há 10 ou 15 anos", acrescentou.
A aversão ao risco faz com que os ativos dos mercados emergentes sejam avaliados com um desconto de 10 a 12 por cento sobre seus pares no mundo desenvolvido, disse Medenica.