Bolsa de Valores de Nova York (NYSE): inflação global pode continuar alta, afetando a performance dos mercados (Leandro Fonseca/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 9 de novembro de 2023 às 15h23.
O mundo enfrenta conflitos e mudanças estruturais que desfazem a integração atingida com a globalização e provocam uma inflação de base mais elevada que pode durar “por décadas”, segundo o investidor bilionário Ken Griffin.
“Os dividendos da paz estão claramente chegando ao fim”, disse Griffin no Bloomberg New Economy Forum, em Singapura. “É provável que vejamos juros reais mais altos e juros nominais mais altos.”
O fundador da gigante global de investimentos Citadel disse que isso terá implicações no custo de financiamento do déficit dos EUA e que o governo americano não contava com taxas mais elevadas “quando começou a onda de gastos que criou um déficit de US$ 33 trilhões”.
Griffin acrescentou que o governo americano está gastando “como um marinheiro bêbado” e precisa colocar o fiscal em ordem.
Ele alertou que o atual déficit fiscal é insustentável. Embora o mercado de trabalho do país continue relativamente forte, os consumidores americanos percebem, no fundo, que “algo não vai bem”, disse ele.
O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode continuar a imprimir dinheiro para evitar um calote de dívida, mas “as consequências econômicas seriam devastadoras”, disse. “No momento em que começarmos a imprimir dólares apenas para lidar com a possibilidade de um default, a nossa economia entrará em profunda crise.”
Griffin também salientou como a invasão da Ucrânia criou dificuldades para a Europa manter sua economia após perder sua fonte barata de energia russa.
“Há muitas tendências em jogo neste momento que nos empurram para uma desglobalização”, disse o investidor, que tem uma fortuna de cerca de US$ 35 bilhões.