Mercados

Investidor afirma que bitcoin terminará ano a US$ 10.000

O gerente de hedge fund Mike Novogratz afirma que o rali da bitcoin ainda tem bastante espaço para crescer

Bitcoin: para investidor, a moeda é como ouro digital (Flickr.com/zcopley/Flickr)

Bitcoin: para investidor, a moeda é como ouro digital (Flickr.com/zcopley/Flickr)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 16h45.

Última atualização em 23 de novembro de 2017 às 16h45.

(Bloomberg) -- O gerente de hedge fund Mike Novogratz, que está criando um fundo de US$ 500 milhões para investir em criptomoedas, afirma que o rali da bitcoin ainda tem bastante espaço para crescer.

Após multiplicar seu valor mais de sete vezes desde dezembro, a maior e mais famosa das moedas digitais encerrará o ano a US$ 10.000, e não em US$ 8.400, disse ele. O ether, um concorrente de menor porte, será negociado a US$ 500, contra quase US$ 370 na terça-feira.

A bitcoin é como ouro digital no sentido de que “o ouro tem valor unicamente porque as pessoas dizem que tem valor; a bitcoin é construído com base em uma tecnologia incrível e tem oferta limitada”, disse Novogratz, em entrevista, na Bloomberg Television. “Esta revolução como um todo saiu da quebra da confiança na crise de 2008.”

A  bitcoin subiu para um recorde de US$ 8.374 na terça-feira após os comentários de Novogratz. A moeda havia chegado a cair 5,4% mais cedo após o roubo de US$ 31 milhões sofrido por uma outra criptomoeda, conhecida como tether. Esses giros não são novidade, já que a valorização do ativo virtual tem sido tumultuada, com três quedas diferentes de mais de 25 por cento cada seguidas de altas.

Mas isso não intimida Novogratz. “Estamos na segunda ou na terceira entrada”, disse ele, usando um termo do beisebol, um esporte com nove entradas (tempos). “Como os preços se mexeram bastante até o momento, as pessoas estão nervosas. Você já ganhou bastante dinheiro, lê as notícias e quer embolsar seu lucro e ir embora.”

Com US$ 500 milhões, o Galaxy Digital Assets Fund de Novogratz seria o maior de seu tipo e sinalizaria uma crescente aceitação das criptomoedas como investimentos legítimos. Para Novogratz, o fundo marca o retorno à gestão profissional de recursos após prejuízos humilhantes na Fortress Investment Group e quase dois anos de exílio autoimposto de Wall Street.

Muitos dos antigos colegas dele em Wall Street estão longe de compartilhar desse entusiasmo. O chefe do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse que quem compra bitcoin é “estúpido” e pagará caro, Neil Dwane, da Allianz Global Investors, disse que a moeda digital é uma “fraude usada por criminosos de todo o mundo” e Larry Fink, da BlackRock, disse que se trata de um índice para medir a demanda por lavagem de dinheiro em todo o mundo.

Novogratz, 52, ressaltou rapidamente que “todos esses caras têm mais de 60 anos, e eu não. De certa forma, é realmente difícil para alguém que não foi criado em um mundo digital entender que estamos entrando em um mundo digital”.

Ele tem bastante companhia. Atualmente, há mais de 100 hedge funds focados em criptomoedas, 84 deles abertos neste ano, contra 11 no ano passado, segundo pesquisa da Autonomous Next. No momento em que os investidores institucionais começam a apostar nas criptomoedas, as empresas estão tendo dificuldades para construir infraestrutura de mercado para suavizar a negociação, desde bolsas reguladas até índices e derivativos.

 

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedas

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado