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Inter estreia na Nasdaq e planeja expandir operação nos EUA, diz Menin

Chegada à bolsa americana acontece em momento desafiador, mas CEO vê oportunidade

Inter estreia na Nasdaq, bolsa americana de tecnologia, após migração (Inter/Divulgação)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 23 de junho de 2022 às 17h08.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 08h04.

As ações do Inter (INTR) estreiam na bolsa americana de tecnologia Nasdaq nesta quinta-feira, 23, e a primeira reação foi negativa: os papéis recuaram 12,56%. O momento é desafiador para o mercado dos Estados Unidos, onde investidores precificam um cenário de recessão à frente.

Mas João Vitor Menin, CEO do Inter, não está preocupado. “Não existe momento perfeito [ para entrar na bolsa americana ]. Considero que esse é um bom ponto de entrada para o investidor americano porque o preço da ação está quase descontado. É mais conveniente para os que querem se tornar acionistas”, afirmou Menin em conversa com jornalistas após a migração.

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O Inter abriu o capital na B3 em 2018 e, nesta quinta, conclui uma transação inédita, com a migração da base acionária do Brasil para os Estados Unidos mantendo BDRs negociados na B3 (INBR31).A mudança para o maior mercado de ações do mundo tem como objetivo facilitar o acesso à capital que, no futuro, será utilizado para expansão da área de crédito do Inter e para aproveitar possíveis oportunidades de consolidação.

O próximo passo da companhia é expandir operações nos EUA. Em janeiro deste ano, a companhia adquiriu a fintech americana Usend, que atua no serviço de remessas de dinheiro entre países, com foco em brasileiros residentes no exterior. Os planos são integrar, já no segundo semestre, as operações bancárias do Inter com o que já é oferecido pela Usend.

“Não vamos ter 100% de sobreposição, mas vamos tentar focar em replicar nosso modelo do Brasil nos EUA, focando principalmente nos imigrantes que são mal servidos por serviços financeiros”, disse o CEO.

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O CEO defende que iniciar a expansão por uma empresa de nicho gera uma boa possibilidade de risco-retorno. “Começar por um nicho específico maximiza nossa chance de sucesso”, afirmou.

A principal aposta é o lançamento de uma conta global que atenda tanto residentes nos Estados Unidos quanto brasileiros que busquem internacionalização. O produto nasce com quatro segmentos: conta-corrente, cartão de débito, investimentos e market place. A meta é evoluir o serviço para os mesmos patamares do que hoje é ofertado no Brasil, chegando a 1 milhão de contas globais ainda neste ano.

Para a operação brasileira do Inter, que representa 98% da receita e dos clientes da empresa, o foco no setor bancário é o desenvolvimento de operações de crédito, sendo home equity e consignado dois dos exemplos. Serviços correlatos, como seguros e marketplace, também estão no radar da empresa.

“Vamos continuar escalando tanto a parte bancária como os serviços correlatos. Ainda temos muito espaço para crescer na participação de mercado no Brasil”, defendeu Menin.

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