Inflação no Brasil e EUA, queda de ministro, JBS e o que move o mercado
Sinais de manutenção do ritmo de alta de juros nos EUA e possível queda de tarifas sobre a China reforçam apetite ao risco no mercado internacional
Guilherme Guilherme
Publicado em 11 de maio de 2022 às 07h10.
Última atualização em 11 de maio de 2022 às 09h06.
Bolsas internacionais sobem nesta quarta-feira, 11, dando continuidade à recuperação iniciada na véspera. Índices futuros dos Estados Unidos saltam mais de 1% nesta manhã, após terem chegado a cair mais de 4% no começo da semana. Já na Europa as altas beiram 2%.
Discursos de membros do Federal Reserve contrários a uma alta de juros mais dura na próxima reunião têm levado investidores a reavaliarem apostas de um aperto monetário mais intenso na economia americana. Ações de tecnologia, que vinham sofrendo com os temores de juros mais elevados, voltam a ser destaque em bolsas mundo afora.
A potencial revisão de tarifas impostas à China durante a era Donald Trump também contribui com o sentimento de mercado. A possibilidade foi sondada pelo presidente Joe Biden como forma de resfriar a inflação. "Estamos analisando o que teria o impacto mais positivo", disse.
Veja a seguir o desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):
- Hang Seng (Hong Kong): + 0,97%
- SSE Composite (Xangai): + 0,75%
- FTSE 100 (Londres): + 0,99%
- DAX (Frankfurt): + 0,76%
- CAC 40 (Paris): + 1,55%
- S&P futuro (Nova York): + 0,91%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 1,09%
- Petróleo Brent (Londres): + 3,05% (para US$ 105,59)
China
Do lado da China, cresce o otimismo sobre a queda das restrições impostas para controlar o coronavírus no país. Segundo a Reuters, autoridades de Xangai disseram nesta manhã que metade da cidade já está livre da doença.
O minério de ferro, que vinha em forte queda, subiu 5%, com as esperanças renovadas sobre a demanda chinesa. A variação do metal, que pesou negativamente sobre o Ibovespa no último pregão, pode abrir o caminho para que a bolsa brasileira acompanhe o tom positivo no exterior nesta quarta.
Dados de inflação
Mas o humor do mercado pode mudar, dependendo dos dados de inflação. Às 9h o IBGE irá divulgar o IPCA de abril sob expectativa de que a inflação brasileira acelere de 11,30% para 12,07%.
Às 9h30, será a vez dos Estados Unidos apresentarem seus números de inflação ao consumidor. O consenso é de que o Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) arrefeça de 8,5% para 8,1%, indicando que a inflação americana já passou do pico.
A confirmação do cenário pode dar mais confiança de que o aumento do ritmo de alta de juros para 75 pontos base não será necessário. O oposto pode ocorrer, caso os números superem as estimativas. Para o núcleo do CPI, as projeções apontam queda de 6,5% para 6%.
Cai o ministro de Minas e Energia
Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia, pediu exoneração do cargo, que será assumido porAdolfo Sachsida. A saída de Albuquerque ocorre após o presidente Jair Bolsonaro criticá-lo nominalmente pelo aumento do preço do diesel, realizado nesta semana pela Petrobras.
Balanços
As atenções do mercado também estão na frente micro, com a temporada de balanços do primeiro trimestre a todo vapor.
Os resultados da JBS, Banco do Brasil, Minerva, Braskem, SLC e Soma estão entre os mais aguardados desta quarta. Todos eles, porém, serão divulgados após o encerramento do pregão.
Durante a sessão de hoje, investidores irão repercutir os balanços que saíram na última noite. Entre eles estão os da da Taurus, CVC, Qualicorp, Mobly, e Telefônica (Vivo).