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Inflação e Rússia: combo explosivo afeta resultados de Wall Street

Citi, Goldman Sachs e Morgan Stanley apresentam números do primeiro trimestre em cenário mais desafiador; JPMorgan reforçou alerta no mercado

Goldman: previsão do mercado de queda nas receitas e nos lucros no primeiro trimestre de 2022 (./Reuters)

Goldman: previsão do mercado de queda nas receitas e nos lucros no primeiro trimestre de 2022 (./Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2022 às 06h15.

A temporada de resultados dos grandes bancos de Wall Street ganha tração nesta quinta-feira, dia 14, com os números do Citi (CTGP34, ticker do BDR negociado na B3), do Goldman Sachs (GSGI34) e do Morgan Stanley (MSBR34), todos antes da abertura do mercado americano.

A expectativa de analistas não é das mais animadoras. O balanço do JPMorgan (JPMC34), divulgado ontem, dia 13, mostrou efeitos relevantes de dois fatores que podem ter impactado também os demais bancos de investimento. As suas ações fecharam o dia em queda de 3,22% em Nova York, no menor patamar em 52 semanas (um ano). No Brasil, os BDRs (recibos das ações listadas no exterior) recuaram 2,75%.

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No consenso de analistas de Wall Street, os números do Goldman Sachs devem apontar um lucro de US$ 8,61 por ação, com receitas de US$ 11,81 bilhões no período. Devem ser números menores de forma significativa do que os do mesmo período de 2021, a exemplo do que já aconteceu nos três meses finais do último ano na base anual.

Receitas com atividades de investment banking, como comissões com operações de M&A (fusões & aquisições) e de IPOs (ofertas públicas iniciais), devem ter registrado queda da ordem de 50%, segundo o mercado.

Os números do JPMorgan, que abriram a safra de resultados dos bancos americanos, reforçaram o sinal de alerta.

O lucro do JPMorgan caiu 42% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 8,28 bilhões, ou US$ 2,63 por ação. Houve um impacto de US$ 0,13 causado pela guerra da Rússia. Dessa forma, o lucro ajustado ficou em US$ 2,76, embora acima das estimativas coletadas pela Refinitiv de US$ 2,69.

O banco separou US$ 902 milhões em provisões para perdas futuras com crédito, enquanto as relacionadas com a marcação para baixo de ativos na Rússia responderam por outros US$ 524 milhões.

As receitas, por outro lado, superaram as projeções do mercado: totalizaram US$ 31,59 bilhões no período, com queda de 5% na base anual.

O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, chamou a atenção para a possibilidade de recessão na economia americana mais à frente, em diagnóstico que destoou do otimismo de um ano atrás, quando ele previu um longo período de expansão.

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