Inflação e dólar embutem prêmios nos juros futuros
As taxas projetadas na curva a termo de juros futuros seguiram na mesma toada de alta que registravam desde o início do dia
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2011 às 17h21.
São Paulo - O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) fez o que boa parte do mercado conjecturava há tempo: pôs em prática a chamada Operação Twist, onde venderá Treasuries de curto prazo e comprará títulos mais longos. Diante disso, as taxas projetadas na curva a termo de juros futuros seguiram na mesma toada de alta que registravam desde o início do dia, impactadas pelo forte avanço do dólar e suas consequências para a inflação. Isso ocorre porque, a despeito da queda das commodities devido às turbulências externas, as cotações em reais seguem em alta devido à desvalorização da moeda local, o que, na visão de alguns analistas, coloca a estratégia e os argumentos do Banco Central em xeque. O IPCA, por sinal, trouxe números preocupantes na coleta diária feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que passou de 0,54% no dia 19 para 0,64% ontem, no critério cheio.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 (242.955 contratos) marcava 11,36%, ante 11,34% na véspera. A taxa do contrato janeiro de 2013 estava em 10,79%, de 10,69% no ajuste, com giro de 416.870 contratos. O DI janeiro 2014 (130.275 contratos) avançava a 11,24%, de 11,07% no ajuste. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (59.090 contratos) subia a 11,80%, de 11,62%, enquanto o DI janeiro de 2021 (8.660 contratos) também ia para 11,80%, de 11,63% no ajuste.
A visão de analistas e investidores se justifica quando se observa a variação das commodities em dólar e em real. Enquanto o índice CRB (sigla para Commodity Research Bureau, índice que é referência global para as commodities) cedeu 7,8% entre 26 de julho, dia em que o dólar alcançou sua cotação mais baixa ante o real, de R$ 1,5360, e hoje, a cotação do mesmo índice em reais subiu pouco mais de 10% no período. "Ou seja, o efeito desinflacionário das commodities previsto pelo BC está sendo amplamente apagado pela valorização do dólar", resumiu um operador. A valorização do dólar entre o dia 26 de julho e hoje chega a 20,12%.
Esses dados, no entanto, não parecem alterar a visão do governo no curtíssimo prazo. Segundo analistas, a fala de hoje do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é prova cabal de que a tendência de queda dos juros persistirá. Tanto que o DI janeiro de 2012 ficou praticamente estacionado, precificando a Selic em 11% no fim deste ano. Mantega disse, entre outras coisas, que a desvalorização do real não deverá gerar, no curto prazo, pressão inflacionária no Brasil.
São Paulo - O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) fez o que boa parte do mercado conjecturava há tempo: pôs em prática a chamada Operação Twist, onde venderá Treasuries de curto prazo e comprará títulos mais longos. Diante disso, as taxas projetadas na curva a termo de juros futuros seguiram na mesma toada de alta que registravam desde o início do dia, impactadas pelo forte avanço do dólar e suas consequências para a inflação. Isso ocorre porque, a despeito da queda das commodities devido às turbulências externas, as cotações em reais seguem em alta devido à desvalorização da moeda local, o que, na visão de alguns analistas, coloca a estratégia e os argumentos do Banco Central em xeque. O IPCA, por sinal, trouxe números preocupantes na coleta diária feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que passou de 0,54% no dia 19 para 0,64% ontem, no critério cheio.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 (242.955 contratos) marcava 11,36%, ante 11,34% na véspera. A taxa do contrato janeiro de 2013 estava em 10,79%, de 10,69% no ajuste, com giro de 416.870 contratos. O DI janeiro 2014 (130.275 contratos) avançava a 11,24%, de 11,07% no ajuste. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (59.090 contratos) subia a 11,80%, de 11,62%, enquanto o DI janeiro de 2021 (8.660 contratos) também ia para 11,80%, de 11,63% no ajuste.
A visão de analistas e investidores se justifica quando se observa a variação das commodities em dólar e em real. Enquanto o índice CRB (sigla para Commodity Research Bureau, índice que é referência global para as commodities) cedeu 7,8% entre 26 de julho, dia em que o dólar alcançou sua cotação mais baixa ante o real, de R$ 1,5360, e hoje, a cotação do mesmo índice em reais subiu pouco mais de 10% no período. "Ou seja, o efeito desinflacionário das commodities previsto pelo BC está sendo amplamente apagado pela valorização do dólar", resumiu um operador. A valorização do dólar entre o dia 26 de julho e hoje chega a 20,12%.
Esses dados, no entanto, não parecem alterar a visão do governo no curtíssimo prazo. Segundo analistas, a fala de hoje do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é prova cabal de que a tendência de queda dos juros persistirá. Tanto que o DI janeiro de 2012 ficou praticamente estacionado, precificando a Selic em 11% no fim deste ano. Mantega disse, entre outras coisas, que a desvalorização do real não deverá gerar, no curto prazo, pressão inflacionária no Brasil.