Assembleia da Petrobras aprova indicados da União para Conselho mesmo após veto
Jônathas de Castro e Ricardo Soriano haviam sido por conflito de interesses, vedado na lei das estatais
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de agosto de 2022 às 15h51.
Última atualização em 19 de agosto de 2022 às 17h57.
A União fez valer o controle acionário na Petrobras (PETR3/PETR4) e elegeu seis indicados ao Conselho de Administração da companhia nesta sexta-feira, 19, durante assembleia de acionistas, inclusive os rejeitados pelos órgãos de governança da companhia, o que deve gerar ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Justiça.
Entre os eleitos estão o secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas de Castro, e o procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano.
Gileno Barreto, presidente do Serpro, foi eleito presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Ele ocupa agora o lugar de Márcio Weber, que deixa o posto.
Eles haviam sido reprovados pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) e pelo então conselho da Petrobras por conflito de interesses, vedado na lei das estatais. Mas o governo ignorou o fato e depositou votos suficientes para eleger os dois indicados.
Castro e Soriano foram eleitos com votos de 5,412 bilhões de ações. Eram necessários votos relativos a 5.390.507.541 ações para se eleger um conselheiro desta vez.
Completam os assentos da União o presidente da companhia, Caio Paes de Andrade, os advogados Gileno Barreto e Edison Garcia, e a procuradora da Fazenda Nacional, Iêda Cagni. Cagni obteve votos de 4,820 bilhões de ações, abaixo do mínimo necessário. Mas como os dois candidatos abaixo dela também eram indicações da União, a mesa dispensou uma segunda rodada.
Com isso, dois membros do antigo Conselho, Ruy Schneider e Marcio Weber, que acumulava a presidência do CA, não foram reconduzidos e encerram suas atividades na companhia.
Os indicados pelos acionistas minoritários Marcelo Gasparino e Juca Abdalla também foram eleitos para o Conselho.
LEIA TAMBÉM: