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Indicadores dos EUA devem levar NY a abrir "de lado"

As discussões sobre a estratégia do Fed para o futuro do programa de estímulos da economia por meio de compra de ativos seguem na ordem do dia

Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), no mercado futuro, Dow Jones caía 0,01%, Nasdaq também perdia 0,01% e S&P 500 tinha alta de 0,11% (Stan Honda/AFP)
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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2013 às 11h41.

Nova York - Os índices futuros das bolsas de Nova York apontam para uma abertura de lado nesta terça-feira, 14, com indicadores dos Estados Unidos ajudando a compensar a tendência de queda no exterior.

Os investidores também aguardam por novas pistas sobre os rumos da política de estímulo do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para definir suas estratégias de investimento. Às 10h15 (de Brasília), no mercado futuro, Dow Jones caía 0,01%, Nasdaq também perdia 0,01% e S&P 500 tinha alta de 0,11%.

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Agradou o mercado o último índice de confiança das pequenas empresas norte-americanas, que avançou para 92,1 em abril, de 89,5 em março, superando a previsão dos economistas de alta para 91,0. Já o índice de preços das importações dos EUA caiu 0,5% em abril ante o mês anterior, vindo em linha com as expectativas.

Mais cedo, todos os futuros operavam em baixa, refletindo perdas em algumas bolsas da Europa e o fechamento negativo da maioria dos mercados asiáticos. No continente europeu, a produção industrial da zona do euro surpreendeu positivamente, mas o índice de expectativas econômicas da Alemanha, divulgado pelo instituto ZEW, desapontou.

Para Kent Engelke, estrategista-chefe da Capitol Securities Management, o mercado nos EUA está "pesado" e "se sente cansado". "Estamos aguardando um catalisador para subirmos mais. No meio tempo, precisamos de um período para respirarmos", comentou.

Embora a tendência em Wall Street seja de alta e não haja nenhum risco sistêmico com que se preocupar, Engelke diz que os investidores não conseguem deixar de se preocupar com o desmonte da política monetária do Fed. "Ninguém nunca fez isso antes, então há muito risco envolvido."

As discussões sobre a estratégia do Fed para o futuro do programa de estímulos da economia por meio de compra de ativos seguem na ordem do dia.


Falando em uma conferência em Estocolmo, na Suécia, o presidente do Fed da Filadélfia, Charles Plosser, argumentou que a interrupção das compras mensais precisa ser gradual, com o Fed primeiro desacelerando o ritmo. Plosser acha que esse movimento tem de começar agora, na medida em que a economia já mostra sinais de recuperação.

Mais cinco dirigentes do Fed falam ao longo desta semana, entre quinta-feira e sexta. O único com poder de voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que decide os rumos da política monetária, é o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren.

Mas mesmo as apresentações de não votantes, como a de Plosser, ganharam peso extra esta semana, sobretudo após o jornal The Wall Street Journal publicar reportagem destacando que o Fed já tem mapeada uma estratégia de saída do programa de estímulos.

A notícia trouxe inquietação entre os investidores, na medida em que os últimos indicadores mostraram uma atividade econômica em ritmo fraco e a projeção é de todo o segundo trimestre em ritmo lento, destaca a equipe de economistas do Wells Fargo, que reduziu recentemente a projeção de crescimento econômico para o período, para 1,8%.


Por isso, os investidores vão monitorar de perto esses discursos de dirigentes do Fed em busca de novas pistas sobre o que pode acontecer com a política monetária, destaca o gestor sênior e sócio da Zacks Investment Management, Mitch Zacks.

"A pergunta de um milhão de dólares é o que vai acontecer na economia quando o Fed parar com esse programa de estímulos", disse ele. A dúvida é se os níveis recordes atingidos pelas bolsas norte-americanas podem ser mantidos com o fim dessa política, diz em um relatório a clientes.

No noticiário corporativo, a expectativa desta terça-feira, 14, é em relação ao início da reunião anual de três dias da canadense BlackBerry, que será realizada em Orlando, na Flórida. A empresa lançou no começo do ano uma nova versão do Blackberry e promete falar de como está sendo a recepção ao aparelho até agora, segundo o comunicado anunciando a reunião.

A canadense também promete responder todas as "questões duras" que forem perguntadas, incluindo a concorrência com a Samsung e a Apple, e ainda falar dos próximos passos. No pré-mercado, o papel da companhia subia 1,13%.

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