Mercados

Indefinição grega prevalece e deixa juros futuros de lado

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 estava em 10,27%

Palestra da corretora Souza Barros começa pelos pontos básicos (Nilton Fukuda/AGÊNCIA ESTADO)

Palestra da corretora Souza Barros começa pelos pontos básicos (Nilton Fukuda/AGÊNCIA ESTADO)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2011 às 16h18.

São Paulo - Na primeira reunião do italiano Mario Draghi à frente do Banco Central Europeu (BCE), a decisão surpreendente da instituição de cortar a taxa de juros em 0,25 ponto porcentual, para 1,25% ao ano, até ameaçou mexer com os DIs, mas, no fim, acabou prevalecendo o quadro de incertezas em relação à Grécia e à zona do euro, sem que nenhum fato concreto viesse à tona ao longo da sessão. Assim, as taxas projetadas na curva a termo de juros futuros oscilaram pouco e terminaram o dia coladas aos ajustes de sexta-feira. Segundo profissionais de renda fixa, o mercado de juros está totalmente voltado para o cenário externo, mas, enquanto não houver definições mais claras sobre a melhora ou piora do ambiente internacional, prevalece o que já está precificado - corte adicional de 1 ponto porcentual na Selic até o começo do próximo ano, com possibilidade de algum outro ajuste adicional.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (296.555 contratos) estava em 10,27%, nivelado ao ajuste de terça-feira, enquanto o DI janeiro de 2014, com giro de 123.195 contratos, marcava 10,54%, de 10,58%. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (29.190 contratos) indicava 11,13%, de 11,14% no ajuste, e o DI janeiro de 2021 (1.130 contratos) apontava 10,18%, igual ao ajuste de terça-feira.

No primeiro dia da reunião do G-20, a Grécia voltou a dominar os debates e o noticiário. No fim da terça-feira, o primeiro-ministro do país, George Papandreou, disse que iria adiante com o referendo para saber se o país aceitaria ou não o pacote de ajuda da Europa e, hoje, chegou-se a falar em sua renúncia. O fato não apenas não se confirmou, como o premiê grego parece disposto a voltar atrás. Ele disse que autorizou conversas com oposição para alcançar consenso e afirmou que se oposição aceitar o novo acordo não é preciso referendo. Depois, o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, disse que o país vai informar os parceiros da UE que planeja cancelar a realização do referendo.

A despeito do chove não molha, bolsas e commodities encontraram espaço para subir, amparadas por alguns indicadores positivos dos Estados Unidos e por sinalizações dadas pelo Federal Reserve (fed, o banco central norte-americano), ontem, de que o órgão está disposto a agir para estimular a economia do país.

Internamente, o Banco Central informou que o Índice de Commodities (IC-Br) caiu 3,29% em outubro, na comparação com setembro, quando houve alta de 7,83% ante agosto, especialmente devido à valorização do dólar. No mês passado, segundo a autoridade monetária, o IC-Br cedeu mais do que o CRB, que teve baixa de 2,79%. Entre os demais dados conhecidos hoje no mercado doméstico, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) anunciou queda de 9,97% nos emplacamentos de veículos novos no mercado brasileiro em outubro, ante setembro. Já o IPC, medido pela Fipe, subiu 0,39% em outubro, ante 0,25% em setembro e 0,34% na terceira prévia do mês anterior.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasInvestimentos de empresasJurosservicos-financeiros

Mais de Mercados

Executivos do mercado financeiro investem em educação e transforam a vida de jovens de baixa renda

Dólar sobe para R$ 6,19 com indefinição sobre emendas parlamentares

Megafusão de Honda e Nissan: um 'casamento' de conveniência sob intensa pressão

Ibovespa fecha penúltimo pregão em baixa e cai 1,5% na semana; dólar sobe 2%