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IMC: Dona do Frango Assado e Pizza Hut cresce pelo 10º trimestre consecutivo

Receita chegou a R$ 645 milhões, impulsionada pelo mercado brasileiro — avanços chegaram à última linha do balanço, com lucro líquido, revertendo prejuízo em 22

Santoro: disciplina financeira é foco para 24 (Leandro Fonseca/Exame)
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 9 de novembro de 2023 às 21h27.

Última atualização em 10 de novembro de 2023 às 09h17.

A IMC, dona de marcas como Pizza Hut e Frango Assado, conseguiu chegar ao 10º trimestre consecutivo de crescimento de receita e Ebitda. Os resultados vêm na esteira de uma estratégia focada em disciplina financeira, ponto central da operação desde 2021, ano em que Alexandre Santoro passou a ocupar a cadeira de CEO. Para 2024, o foco em rentabilidade, aliado à redução do endividamento, deve continuar.

“Vamos entrar no novo ano com uma operação muito mais robusta e com uma estrutura de capital muito mais confortável. Há muito espaço para crescer no país, mas não vamos fazer loucuras”, diz Santoro à Exame Invest.

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Nos três meses encerrados em setembro, a companhia teve lucro líquido de R$ 16,4 milhões, revertendo prejuízo de R$ 4,5 milhões no período equivalente de 2022. A trajetória rumo à lucratividade veio por um mix de crescimento e de busca de eficiência.

A receita líquida consolidada avançou 1% na comparação anual, para R$ 645,2 milhões. O dígito baixo vem principalmente em função da variação cambial — não fosse esse efeito, a primeira linha do balanço teria avançado 4,5% ante 2022. Mesmo assim, o Ebitda ajustado cresceu 16,5% na comparação anual, para R$ 93,6 milhões. E a margem Ebitda subiu 193 pontos-base, para 14,5%.

A operação de restaurantes no Brasil é a principal responsável pela evolução desses indicadores. A receita da divisão cresceu 16,5%, para R$ 365 milhões, e o Ebitda saiu de R$ 15 milhões para R$ 45 milhões no intervalo de um ano.

A geração de caixa total no período foi de R$ 76,1 milhões, aumento de R$ 52,4 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado também foi impulsionado pela venda da operação do Olive Garden por R$ 42 milhões, dos quais R$ 19,3 milhões vieram para o caixa já neste trimestre.

A melhora operacional, somada aos esforços de renegociação de dívidas, contribuiu para a companhia reduzir a alavancagem. O indicador de dívida líquida/Ebitda fechou os três meses de setembro em 1,8 vez, ante 2,5 vezes no mesmo período do ano anterior.

Nos últimos 12 meses, a IMC reduziu a dívida bruta em R$ 106,4 milhões, principalmente graças às emissões de debêntures feitas neste ano, que somaram R$ 400 milhões. Com isso, o custo médio da dívida foi reduzido em 125 pontos-base, com aumento do prazo de pagamento em 24 meses. As taxas de juros dos financiamentos variam de CDI+2,74% a CDI+5,3%.

A disciplina financeira é um ponto ressaltado pelo executivo como um diferencial em meio a um mercado mais duro. Recentemente, a Southrock, dona das marcas Starbucks e Subway, pediu recuperação judicial, na esteira das dificuldades de operação das marcas no país. São modelos de negócio distintos — Southrock e IMC — é claro, mas ainda assim a pergunta sobre os segredos da ‘cozinha’ da empresa brasileira parece inevitável.

Em resposta, Santoro evita a comparação com a concorrência, mas aponta principalmente o que tem feito dentro da empresa ao longo dos últimos anos para a IMC chegar aonde está.

“A disciplina financeira é a coisa menos charmosa para se dizer, mas é o que fizemos. Tivemos desinvestimentos no Panamá, vendas de negócios recentes, porque estamos focados em melhorar receita e margem. Adoraria ter aberto muito mais restaurantes ao longo deste ano, por exemplo, mas fizemos a expansão que coube dentro da nossa capacidade”, diz o executivo.

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