IGP-10 e exterior impulsionam taxas de juros
A taxa do DI para janeiro de 2014 (511.750 contratos) estava em 7,78%, na máxima, ante 7,66% do ajuste anterior
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2012 às 17h18.
São Paulo - O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de julho, acima do esperado, abriu espaço para a alta das taxas de juros na curva a termo. O movimento foi favorecido pelo relativo otimismo no exterior em função de comentários feitos nesta terça-feira pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, sobre a possibilidade de ações adicionais de estímulo à economia norte-americana. Esses fatores, que impactam diretamente a inflação no futuro, fizeram as taxas dos DIs subirem nos vencimentos de janeiro de 2014, janeiro de 2017 e janeiro de 2021. Já o janeiro de 2013 seguiu praticamente estável, precificando de forma majoritária um corte de 0,50 ponto porcentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim de agosto.
Ao término da sessão regular da BM&F, a taxa dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 (375.865 contratos) marcava 7,47%, ante 7,45% do ajuste de ontem. A taxa do DI para janeiro de 2014 (511.750 contratos) estava em 7,78%, na máxima, ante 7,66% do ajuste anterior. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (66.520 contratos) tinha taxa de 9,15%, ante 9,05%, e o DI para janeiro de 2021 (2.880 contratos) marcava 9,81%, ante 9,70%.
Pela manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o IGP-10 apontou inflação de 0,96% em julho, ante a taxa de 0,73% em junho e a mediana projetada de 0,87% pelo mercado financeiro, conforme levantamento do AE Projeções. De acordo com a FGV, o principal responsável pelo avanço do indicador foi o Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 10 (IPA-10), que foi de 0,73% em junho para 1,24% em julho. A alta foi influenciada pelos preços agropecuários, que passaram de 0,33% para 1,94% de aumento no período.
Em especial, a soja saiu de uma taxa de 5,05% em junho para um avanço de 10,17% em julho, enquanto o farelo de soja acelerou de 9,53% para 13,30%. O chamado complexo soja respondeu por 58% do IPA-10 neste mês. Os preços dos produtos industriais no atacado também ganharam tração, com avanço de 0,99% em julho, ante taxa de 0,87% em junho.
"Novamente, os IGPs surpreenderam", comentou o estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno. "O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) deve vir salgado também e isso aumenta a preocupação de repasse de preços ao consumidor mais para frente", afirmou. Na próxima quinta-feira, dia 19, a FGV divulga a segunda prévia do IGP-M de julho. Vale lembrar que, como o índice serve de indexador de vários preços, entre eles os de aluguel, a alta do IGP-M acaba se refletindo no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O receio dos analistas do mercado brasileiro com uma inflação mais alta no País foi reforçado pela fala de Ben Bernanke, do FED. Embora tenha descrito um cenário ainda sombrio para a economia norte-americana, Bernanke sinalizou que a autoridade monetária, se decidir adotar medidas adicionais de estímulo, poderá iniciar um novo programa de compra de bônus. "Mais estímulos nos EUA poderiam trazer inflação e, consequentemente, haveria menos espaço para mais reduções da Selic ou para mantê-la em patamares muito baixos", disse Rostagno, que trabalha com uma taxa básica de 7,50% no fim de 2012.
São Paulo - O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de julho, acima do esperado, abriu espaço para a alta das taxas de juros na curva a termo. O movimento foi favorecido pelo relativo otimismo no exterior em função de comentários feitos nesta terça-feira pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, sobre a possibilidade de ações adicionais de estímulo à economia norte-americana. Esses fatores, que impactam diretamente a inflação no futuro, fizeram as taxas dos DIs subirem nos vencimentos de janeiro de 2014, janeiro de 2017 e janeiro de 2021. Já o janeiro de 2013 seguiu praticamente estável, precificando de forma majoritária um corte de 0,50 ponto porcentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim de agosto.
Ao término da sessão regular da BM&F, a taxa dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 (375.865 contratos) marcava 7,47%, ante 7,45% do ajuste de ontem. A taxa do DI para janeiro de 2014 (511.750 contratos) estava em 7,78%, na máxima, ante 7,66% do ajuste anterior. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (66.520 contratos) tinha taxa de 9,15%, ante 9,05%, e o DI para janeiro de 2021 (2.880 contratos) marcava 9,81%, ante 9,70%.
Pela manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o IGP-10 apontou inflação de 0,96% em julho, ante a taxa de 0,73% em junho e a mediana projetada de 0,87% pelo mercado financeiro, conforme levantamento do AE Projeções. De acordo com a FGV, o principal responsável pelo avanço do indicador foi o Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 10 (IPA-10), que foi de 0,73% em junho para 1,24% em julho. A alta foi influenciada pelos preços agropecuários, que passaram de 0,33% para 1,94% de aumento no período.
Em especial, a soja saiu de uma taxa de 5,05% em junho para um avanço de 10,17% em julho, enquanto o farelo de soja acelerou de 9,53% para 13,30%. O chamado complexo soja respondeu por 58% do IPA-10 neste mês. Os preços dos produtos industriais no atacado também ganharam tração, com avanço de 0,99% em julho, ante taxa de 0,87% em junho.
"Novamente, os IGPs surpreenderam", comentou o estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno. "O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) deve vir salgado também e isso aumenta a preocupação de repasse de preços ao consumidor mais para frente", afirmou. Na próxima quinta-feira, dia 19, a FGV divulga a segunda prévia do IGP-M de julho. Vale lembrar que, como o índice serve de indexador de vários preços, entre eles os de aluguel, a alta do IGP-M acaba se refletindo no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O receio dos analistas do mercado brasileiro com uma inflação mais alta no País foi reforçado pela fala de Ben Bernanke, do FED. Embora tenha descrito um cenário ainda sombrio para a economia norte-americana, Bernanke sinalizou que a autoridade monetária, se decidir adotar medidas adicionais de estímulo, poderá iniciar um novo programa de compra de bônus. "Mais estímulos nos EUA poderiam trazer inflação e, consequentemente, haveria menos espaço para mais reduções da Selic ou para mantê-la em patamares muito baixos", disse Rostagno, que trabalha com uma taxa básica de 7,50% no fim de 2012.