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Ibovespa cai puxado por Vale e Petrobras, com balanços do radar

Índice caminha para fechar o quarto mês seguida no vermelho; desde junho, queda é de mais de 15%

Painel de cotações na B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de outubro de 2021 às 10h04.

Última atualização em 29 de outubro de 2021 às 16h05.

O Ibovespa recua nesta sexta-feira, 29, dia de perdas para as duas maiores companhias da bolsa, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3/PETR4). Às 16h, o Ibovespa cai 1,23%, aos 104.399 pontos.

Este é o quarto pregão seguido de queda e o quarto mês consecutivo de perdas da bolsa brasileira. O último mês em que o Ibovespa fechou em alta foi junho -- desde então, o principal índice da B3 já caiu mais de 15%.

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No último pregão do mês, investidores repercutem os números da Vale e da Petrobras, divulgados na última noite. As duas empresas são as que têm maior participação no Ibovespa, representando, sozinhas, cerca de 20% da composição do índice.

As ações da Vale recuam 2,29%, após a empresa frustrar as expectativas de investidores em balanço do terceiro trimestre. No período, a principal mineradora do país apresentou Ebitda ajustado de 6,94 bilhões de dólares, 14% acima do registrado no mesmo período do ano passado, mas abaixo do consenso da Bloomberg de 8,83 bilhões de dólares. A receita operacional líquida também decepcionou, ficando em 12,68 bilhões de dólares, abaixo da mediana das projeções de 14,66 bilhões de dólares.

Os papéis da companhia ainda sofrem pressão do minério de ferro, que fechou em queda na China. Entre as siderúrgicas, também desfavorecidas pela desvalorização da commodity, a maior perda é a da Usiminas (USIM5), que recua 7,05%.

A companhia apresentou balanço antes do início do pregão e não agradou investidores. No terceiro trimestre, a Usiminas teve receita líquida de 9,03 bilhões de reais. Mesmo que mais que o dobro da registrada no mesmo período do ano passado, a receita ficou abaixo das expectativas de 9,44 bilhões de reais. O resultado também influencia o desempenho de outras ações

Já as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) operam em queda de 6,39% e 5,84%, respectivamente. A empresa teve Ebitda ajustado de 60,744 bilhões de reais, abaixo da previsão de 61,63 bilhões de reais. A receita de vendas também ficou abaixo do esperado, em 121,6 bilhões de reais, contra estimativas de 122,60 bilhões em vendas, sendo que os mais otimistas esperavam por 129,40 bilhões de reais de receita. Por outro lado, o lucro líquido bateu 31,14 bilhões de reais, superando o consenso de 13,90 bilhões de reais.

Apesar dos resultados positivos, investidores penalizam as ações por causa de uma fala do presidente Jair Bolsonaro. Na véspera, o chefe do executivo chegou a dizer que a Petrobras tem "que ser uma empresa que dê um lucro não muito alto, como tem dado". Ainda ontem, as ADRs da companhia, negociadas nos Estados Unidos, chegaram a cair mais de 4%, no pós-mercado.

"Qualquer sombra de interferência política acaba pesando sobre os papéis da Petrobras. O executivo fala em um dia que quer privatizar e no outro sinaliza interferência direta", afirma Flávio de Oliveira Head de Renda Variável da Zahl Investimentos.

Na ponta positiva do índice, investidores buscam proteção em ações de empresas exportadoras, na tentativa de proteger seus investimentos em ações que se beneficiam da alta do dólar. Entre as maiores altas do Ibovespa estão os frigoríficos, com Minerva (BEEF3) subindo 7,81%, Marfrig (MRFG3), 6,68%, JBS (JBSS3), 4,99% e BRF (BRFS3), 2,77%. A Suzano (SUZB3), que apresentou resultado na última noite e também tem receita atrelada ao dólar, sobe 2,21%.

Entre as maiores quedas, as ações da Alpargatas (ALPA4) lideram as baixas, despencando 9,4%, refletindo o resultado do terceiro trimestre, apresentado na última noite. A companhia da marca Havaianas apresentou lucro líquido de 115,7 milhões de reais contra prejuízo de 2,6 milhões do mesmo período do ano passado.

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