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Ibovespa sobe forte na sessão, mas recua 16% no trimestre

O Ibovespa subiu 3,23 por cento, a 54.354 pontos, após acelerar os ganhos nos ajustes finais do pregão

Pregão da Bovespa: incertezas com relação à economia e um dos piores desempenhos do mundo (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2012 às 18h57.

São Paulo - O principal índice acionário da Bovespa subiu forte nesta sexta-feira e praticamente zerou as perdas acumuladas em junho, impulsionado por notícias positivas vindas da Europa. Ainda assim, amargou perdas de quase 16 por cento no segundo trimestre.

O Ibovespa subiu 3,23 por cento, a 54.354 pontos, após acelerar os ganhos nos ajustes finais do pregão. Foi a maior alta diária em mais de cinco semanas. O giro financeiro da bolsa foi de 6,72 bilhões de reais.

As ações da OGX subiram 8,91 por cento, a 5,50 reais, interrompendo a sangria dos dois pregões anteriores, quando o papel caiu quase 40 por cento, após a forte decepção do mercado com dados de produção de petróleo da empresa.

A preferencial da Petrobras subiu 3,11 por cento, a 18,25 reais, enquanto a da Vale teve alta de 2,17 por cento, a 39,16 reais.

Com o resultado deste pregão, o índice acumulou queda de 0,25 por cento em junho e de 15,74 por cento de abril a junho, escapando por pouco de amargar o pior desempenho trimestral desde 2008. No acumulado do primeiro semestre, o Ibovespa teve perda de 4,23 por cento.


A notícia de um acordo na Europa para combater a crise na região trouxe euforia aos mercados acionários nesta sessão. Em Wall Street, o Dow Jones saltou 2,2 por cento. Mais cedo, o principal índice de ações europeias subiu 2,6 por cento.

Líderes europeus concordaram em permitir que seu fundo de resgate injete dinheiro em bancos problemáticos e atue nos mercados secundários de dívida para reduzir os custos de financiamento de países como Espanha e Itália.

Cenário segue incerto

Embora os sinais vindos do cenário externo sugiram que o pior já passou, o que poderia abrir espaço para alguma recuperação nas bolsas, profissionais do mercado afirmaram que ainda é cedo para ficar otimista com ativos de renda variável.

"Apesar desse consenso na União Europeia, a atividade econômica global permanece frágil", disse o sócio-diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno. "Não é só uma questão de injetar recursos nas economias, mas trata-se de uma crise de confiança. E confiança não se recupera de um dia para o outro."

Segundo a gestora Mirela Rappaport, da Investport, é difícil saber em que ponto haverá uma virada de tendência para a bolsa. "O mercado pensou que a eleição da Grécia seria um ponto de inversão, mas não foi."

As eleições na Grécia adicionaram boa dose de volatilidade aos mercados em junho, que temiam que eventual vitória do partido radical de esquerda -contrário ao resgate internacional- resultasse na saída do país da zona do euro, com possíveis efeitos catastróficos para o bloco.

O clima de aversão ao risco também foi alimentado por temores sobre a situação dos bancos na Espanha e os custos recordes de financiamento da dívida espanhola e italiana, além dos sinais de desaceleração da economia global.

"O cenário ainda deve ser de instabilidade para renda variável", disse o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. "Mas vemos fatores positivos que poderiam abrir espaço para recuperação, com uma tentativa maior de resolução dos problemas na Europa, e perspectivas de novo estímulo monetário nos Estados Unidos."

Na cena doméstica, analistas avaliaram que diversas medidas tomadas pelo governo brasileiro para estimular a economia via aumento do consumo, além da redução da taxa básica de juros para o menor patamar da história, podem começar a surtir algum efeito a partir do segundo semestre.

Estrangeiro cauteloso

Nos últimos meses, a ingerência do governo em setores como bancos e na Petrobras pesou sobre as ações. O índice do setor financeiro na bolsa paulista teve queda superior a 15 por cento no trimestre, enquanto a ação preferencial da Petrobras teve perda de 23,5 por cento no período.

"O Brasil perdeu um pouco do brilho que tinha para os investidores estrangeiros, passou um pouco aquela ideia de o país era a bola da vez", afirmou o economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flavio Serrano.

Em junho, até dia 27, os estrangeiros retiraram 570 milhões de reais da Bovespa.

"O mercado local deve continuar tendo apelo. Mas quando o cenário melhorar e os recursos externos voltarem com força para mercados de maior risco, o Brasil deve perder espaço na cesta de gestores globais para outros mercados emergentes", acrescentou Serrano.

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São Paulo - O principal índice acionário da Bovespa subiu forte nesta sexta-feira e praticamente zerou as perdas acumuladas em junho, impulsionado por notícias positivas vindas da Europa. Ainda assim, amargou perdas de quase 16 por cento no segundo trimestre.

O Ibovespa subiu 3,23 por cento, a 54.354 pontos, após acelerar os ganhos nos ajustes finais do pregão. Foi a maior alta diária em mais de cinco semanas. O giro financeiro da bolsa foi de 6,72 bilhões de reais.

As ações da OGX subiram 8,91 por cento, a 5,50 reais, interrompendo a sangria dos dois pregões anteriores, quando o papel caiu quase 40 por cento, após a forte decepção do mercado com dados de produção de petróleo da empresa.

A preferencial da Petrobras subiu 3,11 por cento, a 18,25 reais, enquanto a da Vale teve alta de 2,17 por cento, a 39,16 reais.

Com o resultado deste pregão, o índice acumulou queda de 0,25 por cento em junho e de 15,74 por cento de abril a junho, escapando por pouco de amargar o pior desempenho trimestral desde 2008. No acumulado do primeiro semestre, o Ibovespa teve perda de 4,23 por cento.


A notícia de um acordo na Europa para combater a crise na região trouxe euforia aos mercados acionários nesta sessão. Em Wall Street, o Dow Jones saltou 2,2 por cento. Mais cedo, o principal índice de ações europeias subiu 2,6 por cento.

Líderes europeus concordaram em permitir que seu fundo de resgate injete dinheiro em bancos problemáticos e atue nos mercados secundários de dívida para reduzir os custos de financiamento de países como Espanha e Itália.

Cenário segue incerto

Embora os sinais vindos do cenário externo sugiram que o pior já passou, o que poderia abrir espaço para alguma recuperação nas bolsas, profissionais do mercado afirmaram que ainda é cedo para ficar otimista com ativos de renda variável.

"Apesar desse consenso na União Europeia, a atividade econômica global permanece frágil", disse o sócio-diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno. "Não é só uma questão de injetar recursos nas economias, mas trata-se de uma crise de confiança. E confiança não se recupera de um dia para o outro."

Segundo a gestora Mirela Rappaport, da Investport, é difícil saber em que ponto haverá uma virada de tendência para a bolsa. "O mercado pensou que a eleição da Grécia seria um ponto de inversão, mas não foi."

As eleições na Grécia adicionaram boa dose de volatilidade aos mercados em junho, que temiam que eventual vitória do partido radical de esquerda -contrário ao resgate internacional- resultasse na saída do país da zona do euro, com possíveis efeitos catastróficos para o bloco.

O clima de aversão ao risco também foi alimentado por temores sobre a situação dos bancos na Espanha e os custos recordes de financiamento da dívida espanhola e italiana, além dos sinais de desaceleração da economia global.

"O cenário ainda deve ser de instabilidade para renda variável", disse o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. "Mas vemos fatores positivos que poderiam abrir espaço para recuperação, com uma tentativa maior de resolução dos problemas na Europa, e perspectivas de novo estímulo monetário nos Estados Unidos."

Na cena doméstica, analistas avaliaram que diversas medidas tomadas pelo governo brasileiro para estimular a economia via aumento do consumo, além da redução da taxa básica de juros para o menor patamar da história, podem começar a surtir algum efeito a partir do segundo semestre.

Estrangeiro cauteloso

Nos últimos meses, a ingerência do governo em setores como bancos e na Petrobras pesou sobre as ações. O índice do setor financeiro na bolsa paulista teve queda superior a 15 por cento no trimestre, enquanto a ação preferencial da Petrobras teve perda de 23,5 por cento no período.

"O Brasil perdeu um pouco do brilho que tinha para os investidores estrangeiros, passou um pouco aquela ideia de o país era a bola da vez", afirmou o economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flavio Serrano.

Em junho, até dia 27, os estrangeiros retiraram 570 milhões de reais da Bovespa.

"O mercado local deve continuar tendo apelo. Mas quando o cenário melhorar e os recursos externos voltarem com força para mercados de maior risco, o Brasil deve perder espaço na cesta de gestores globais para outros mercados emergentes", acrescentou Serrano.

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