Ibovespa sobe 0,11% com Fed e de olho em Previdência
As declarações de Powell corroboraram a visão de que a troca de comando do Fed não deve trazer grandes mudanças na condução da política do banco
Reuters
Publicado em 28 de novembro de 2017 às 19h02.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta terça-feira, após as declarações de Jerome Powell, indicado para comandar o Federal Reserve, reforçarem a visão de que o ritmo de alta de juros nos Estados Unidos seguirá gradual.
Os negócios também foram mediados por uma melhora no humor dos investidores sobre as articulações para a reforma da Previdência. O índice subiu após fechar com leves perdas nos quatro pregões anteriores.
O Ibovespa fechou em alta de 0,11 por cento, a 74.139 pontos. O volume financeiro foi de 8,8 bilhões de reais.
As declarações de Powell durante sabatina no Senado dos Estados Unidos corroboraram a visão de que a troca de comando do Federal Reserve não deve trazer grandes mudanças na condução da política do banco central norte-americano.
"Ele veio com essa postura de continuidade, bastante tranquila, mas ele falou antes de aprovarem ou não a reforma tributária nos EUA e dependendo do resultado pode levar a alguma mudança também na política do Fed", disse o analista de investimentos da corretora Magliano, Pedro Galdi.
Localmente, o humor do mercado melhorou depois que o PSDB acertar na véspera a candidatura única do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para a presidência da sigla.
A decisão aumentou a expectativa de reunificação do partido que vive atualmente um racha interno entre a ala que defende o desembarque da sigla do governo do presidente Michel Temer e o grupo que defende a manutenção do partido na base governista.
Apesar de uma percepção mais positiva em relação à reforma da Previdência, após a movimentação do PSDB, o mercado segue com cautela em meio ao noticiário vindo de Brasília.
"O que tem de melhora é talvez uma certa trégua no PSDB e a possibilidade do partido não sair do governo agora e votar a Previdência", disse o economista-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira, acrescentando que se o partido votar unido pela reforma o governo chega mais perto de conseguir os 308 votos necessários.
Porém, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou mais cedo que é importante que a reforma da Previdência seja aprovada até o fim do mandato do presidente Michel Temer, reconhecendo maior dificuldade de passar o texto na Câmara dos Deputados ainda este ano, como espera o governo.
Por sua vez, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comentou que pediu ao governo para contar os votos para ver se havia condições de votar a reforma da Previdência em breve. No entanto, ao ser questionado por jornalistas sobre uma data limite para a votação neste ano, Maia não respondeu.
Destaques
- BANCO DO BRASIL ON avançou 1,5 por cento, no melhor desempenho entre os bancos do índice. ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,2 por cento, BRADESCO PN teve alta de 0,3 por cento enquanto SANTANDER UNIT reverteu os ganhos iniciais e fechou em baixa de 1,4 por cento. O tom majoritariamente positivo no setor veio diante da expectativa pelo acordo com poupadores para encerrar disputas judiciais relativas aos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990, que deve ficar em torno de 10 bilhões de reais.
Segundo analistas da corretora Coinvalores, o montante fica dentro do que já foi provisionado pelos bancos e é positivo, pois destrava um assunto que "já se arrastava por décadas".
- VALE ON avançou 2,4 por cento, após a assinatura de contratos financeiros do project finance do Corredor Logístico de Nacala (CLN), em Moçambique, em que as empresas sócias, incluindo a própria Vale, receberão 2,73 bilhões de dólares. Segundo analistas, a medida é positiva para o processo de desalavancagem da mineradora. Também ajudando o tom positivo para o papel esta a melhora na recomendação para os ADRs da mineradora por analistas do BTG Pactual, para compra, com elevação de preço-alvo.
- PETROBRAS PN fechou em baixa de 0,2 por cento e PETROBRAS ON recuou 0,25 por cento, em meio à fraqueza dos preços do petróleo no exterior. [O/R]
- LOJAS RENNER ON avançou 1,9 por cento, em movimento de ajuste após acumular perda de 4,5 por cento nos quatro pregões anteriores.