Depois de passar o pregão inteiro no vermelho, o Ibovespa inverteu o movimento nos últimos minutos e encerrou a sexta-feira com alta de 0,05% para 101.521 pontos. A mudança na percepção do mercado veio com dados de emprego – melhores do que o esperado – e com a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre sinais de recuperação econômica. Na semana, o índice registrou avanço de 1,93%.

Foram abertas 131.010 vagas formais de trabalho em julho, interrompendo quatro meses de dados negativos. No acumulado do ano, foram fechadas 1.092.578 vagas, na série com ajustes, ante criação de 461.411 em igual período de 2019. Guedes afirmou que o dado positivo é "excelente sinal" de que a economia pode fazer retorno em formato de "V", embora tenha admitido que essa retomada será mais lenta que a queda.

Esse quadro conseguiu reverter o pessimismo dos investidores ao longo desta sexta, que estava relacionado à votação do veto do presidente,  Jair Bolsonaro, no Congresso sobre o reajuste a servidores públicos. Apesar da manutenção do veto, o mercado se mostrou preocupado com a situação das contas públicas do país. "O mercado coloca na conta que existe esse risco, embora o Congresso tenha evitado o problema ontem, agora acendeu a luz amarela", afirmou Pedro Serra, analista da Ativa Investimentos.

No exterior, os mercados europeus encerraram a sessão em queda diante da fraqueza na recuperação dos efeitos da pandemia. No lado positivo, os índices de Wall Street mais uma vez renovavam máximas com o PMI Composto preliminar para o setor manufatureiro atingindo o nível mais alto desde janeiro de 2019, enquanto o do setor de serviços foi a uma máxima desde março de 2019.

Altas e baixas

A ação que mais subiu, nesta sexta-feira, foi a do ressegurador IRB, com avanço de 12,31%, seguida por Hering (9,99%) e Qualicorp (7,81%). Na outra ponta, os papéis que mais caíram foram os da Gerdau (-2,91%), Gerdau Metalúrgica (-2,59%) e Carrefour (-2,37%).