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Ibovespa amplia queda com receios com o coronavírus

O Ibovespa caminha para fechar o primeiro mês do ano no vermelho

Ibovespa: bolsa paulista ​tinha fechado a sessão anterior em alta de 0,12% (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: bolsa paulista ​tinha fechado a sessão anterior em alta de 0,12% (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 10h22.

Última atualização em 31 de janeiro de 2020 às 12h53.

São Paulo - A bolsa paulista retomava o viés negativo nesta sexta-feira, com o Ibovespa caindo cerca de 2%, dado o ambiente ainda avesso a risco em razão das dúvidas relacionadas ao surto de coronavírus que começou na China, mas já se espalhou por 18 países.

Às 12:48, o Ibovespa caía 1,72 %, a 113.540,40 pontos. Nesse patamar, o Ibovespa caminha para fechar o primeiro mês do ano no vermelho. O volume financeiro da sessão somava 3,78 bilhões de reais.

De acordo com o estrategista Felipe Lacs Sichel, do modalmais, a falta de perspectiva de estabilização da disseminação do vírus faz com que não se consiga precisar exatamente o impacto econômico do choque na China.

"Assim, é difícil de encontrar o preço 'justo' para as revisões de crescimento que virão", afirmou.

O número de mortos pelo novo coronavírus declarado como emergência global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a 213, com autoridades chinesas afirmando que o número de infecções aumentou para 9.692.

Não houve mortes fora da China, embora 131 casos tenham sido relatados em 23 outros países e regiões, sendo o mais recente no Reino Unido.

Na China, a atividade industrial ficou estagnada em janeiro, com as encomendas de exportação caindo e reflexos do surto do vírus. O dado também foi influenciado pelo feriado do Ano Novo Lunar.

Para Sichel, a sessão na bolsa paulista deve ser marcada pela atuação de duas forças contrárias, com alguns participantes enxergando algumas barganhas e outros agentes preferindo posições mais cautelosos antes do fim de semana.

A equipe da Guide Investimentos destacou em nota a clientes que o noticiário em torno do novo coronavírus deve continuar como principal 'driver' dos mercados no curto prazo.

Destaques

- VALE ON perdia 2,27%, afetada pelas dúvidas relacionadas aos efeitos do coronavírus na economia chinesa, dada a sua sensibilidade ao mercado daquele país, com o setor de mineração e siderurgia como um todo no vermelho, com GERDAU PN caindo 2,8%. No mês, Vale acumula perda de cerca de 5%.

- ELETROBRAS ON caía 2,6%, em sessão de ajustes, embora caminhe para fechar o mês com valorização. Na véspera, a elétrica observou demanda de 7 bilhões de dólares na venda de dois títulos no total de 1,25 bilhão de dólares, segundo dois investidores familiarizados com o negócio ouvidos pelo IFR, serviço da Refinitiv.

- BANCO DO BRASIL ON recuava 2,2%, pior desempenho entre bancos do Ibovespa, mas a maior pressão de baixa vinha de BRADESCO PN, em queda de 1,7%, e ITAÚ UNIBANCO PN, caindo 1,8%. Na próxima semana, no dia 5, o Bradesco divulga seu resultado trimestral.

- PETROBRAS ON cedia 2,3%, em sessão sem viés claro dos preços do petróleo no mercado externo, tendo no radar precificação de oferta de ações ordinárias da companhia em poder do BNDES esperada para a próxima terça-feira. PETROBRAS PN caía 1,3%.

- BRASKEM PNA mostrava elevação de 0,9%, retomando a trajetória de alta após ajuste negativo nos últimos cinco pregões, quando acumulou declínio de 18,5%. No mês, os papéis ainda acumulam variação positiva de cerca de 7%.

- MARFRIG ON subia 1%, com o setor de proteínas entre as poucas ações em alta na sessão. JBS ON avançava 1,2% e BRF ON tinha queda de 0,4%.

- POSITIVO TECNOLOGIA, que não está no Ibovespa, recuava 9,4%, após precificar na véspera oferta de ações a 6,55 reais por papel, um desconto de mais de 20% em relação ao preço de fechamento da quinta-feira. Na mínima desta sexta-feira, mais cedo, as ações caíram 19,4%.

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