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Ibovespa recua, mas tem melhor mês em mais de 13 anos

O principal índice da Bovespa fechou em queda, com a cena externa indefinida e o quadro político ainda incerto


	Logo da BM&FBovespa: Ibovespa caiu 2,33 por cento, a 50.055 pontos
 (Nacho Doce/Reuters)

Logo da BM&FBovespa: Ibovespa caiu 2,33 por cento, a 50.055 pontos (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2016 às 18h07.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira, com o cenário externo sem viés definido e o quadro político no país ainda incerto endossando realização de lucros no último pregão de um mês que termina com o melhor desempenho em mais de 13 anos.

O Ibovespa caiu 2,33 por cento, a 50.055 pontos.

O volume financeiro somou 7,9 bilhões de reais.

Em março, o índice de referência do mercado acionário brasileiro acumulou alta de 16,97 por cento, maior ganho mensal desde outubro de 2002 , quando valorizou-se 17,92 por cento.

No primeiro trimestre, houve acréscimo de 15,47 por cento, melhor desempenho trimestral desde o período de julho a setembro de 2009.

A forte valorização do Ibovespa no mês teve suporte na expressiva presença de estrangeiros, na esteira da melhora de mercados emergentes em geral e também perspectivas crescentes de mudança do governo e na condução da política econômica do país.

Em marõ até o dia 29, o fluxo de capital externo estava positivo em 7,679 bilhões de reais, que se confirmado ou superado será o melhor resultado mensal da série histórica da BM&FBovespa, que tem início em 2000.

Nos últimos 30 dias, vários bancos estrangeiros e estrategistas locais ajustaram portfólios e recomendações para as ações brasileiras, destacando as chances maiores de uma mudança do governo.

O JPMorgan, por exemplo, elevou a classificação do Brasil para "overweight" (acima da média do mercado) em seu portfólio de ações de América Latina e para "neutra" no de mercados emergentes, dizendo que surpreende a velocidade dos acontecimentos políticos "que podem levar a um governo mais disposto a resolver a questão econômica".

Nesta sessão, o noticiário político não acrescentou grandes novidades, mas avaliações de que o efeito da saída do PMDB da base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff no início da semana não foi tão nocivo como se esperava abriu espaço para embolso de lucros na Bovespa.

Ao mesmo tempo, as bolsas em Nova York e as commodities experimentaram uma sessão sem direção clara, com certa fraqueza, no encerramento de um turbulento trimestre, o que também corroborou a correção negativa no pregão brasileiro.

DESTAQUES

- PETROBRAS fechou com as preferenciais em queda de 1,07 por cento nesta sessão, em dia de volatilidade de preços de petróleo no exterior. Ainda assim, os papéis da estatal, que está no epicentro da operação Lava Jato, figurou entre os maiores ganhos de março, com valorização de 62,45 por cento no mês, uma vez que está entre as ações mais suscetíveis às expecativas no campo político.

- BANCO DO BRASIL, outro papel bastante afetado pelas perspectivas de mudança do governo, caiu 2,47 por cento nesta quinta-feira, mas terminou o mês com valorização de 47,53 por cento. ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO caíram 2,86 e 3,43 por cento, respectivamente, nesta sessão, pesando no Ibovespa. Os papéis dos bancos privados também registraram ganhos expressivos no mês.

- VALE fechou com as preferenciais em queda de 2,82 por cento, em sessão de estabilidade dos preços à vista do minério de ferro na China < .IO62-CNI=SI>, mas terminou março com valorização acumulada de 32,94 por cento.

- USIMINAS fechou o dia com declínio de 1,09 por cento, após encerrar março com a maior valorização do Ibovespa, de 104,54 por cento. O setor siderúrgico como um todo foi destaque no mês, diante de expectativas de demanda maior por aço na China, maior mercado consumidor do produto. Em março, GERDAU acumulou alta de 84,70 por cento e CSN subiu 37,50 por cento.

- FIBRIA e SUZANO caíram 3,07 e 2,84 por cento no dia, respectivamente, terminando março com perdas de 31,05 e de 23,27 por cento dada a expressiva queda do dólar ante o real e recuo em preços de celulose no período.

KLABIN, perdeu 5,23 por cento nesta sessão e 8,88 por cento no mês.

- JBS, que está entre os poucos papéis do Ibovespa que perderam no acumulado do mês, encerrou o dia com acréscimo de 3,11 por cento. Em março, recuou 3,95 por cento.

- RUMO LOGÍSTICA avançou 1,21 por cento, entre as poucas altas do Ibovespa na sessão, com o desempenho no mês positivo em 27 por cento. O papel vem sendo influenciado por expectativas quanto à reestruturação de sua dívida, com eventual capitalização da empresa.

Texto atualizado às 18h07

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