Ibovespa fecha em queda com cautela sobre crescimento da China
PIB da China supera estimativa de analistas e sobe 3,5% no 2º tri, mas baixo volume de vendas do varejo chinês preocupa investidores
Guilherme Guilherme
Publicado em 16 de julho de 2020 às 17h00.
Última atualização em 16 de julho de 2020 às 17h18.
A bolsa brasileira fechou em queda, nesta quinta-feira, 16, com o pessimismo sobre a recuperação econômica da China, mesmo após o PIB do país asiático do segundo trimestre ter crescido 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado, ficando 1 ponto percentual acima do esperado por analistas. Frente ao trimestre passado, a alta foi de 11,5%.
Isso porque os dados de vendas do varejo decepcionaram, mostrando retração anual de 11,76%, em junho, enquanto o crescimento é sustentado pelo projeto governamental de estímulo em infraestrutura.
Na China, a bolsa de Xangai caiu 4,5%, transmitindo o tom negativo para o resto do mundo. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, fechou em queda de 1,22%, em 100.553,27 pontos.
Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research também ressalta as medidas do governo chinês para esfriar o rali de ações no país, cerca de uma semana após o editorial de um veículo estatal do país impulsionar a bolsa local ao afirmar que a retomada econômica passaria pelo mercado acionário.
“Eles deixaram vencer metade do leilão de oferta de crédito, sinalizando que pode aumentar a restrição monetária no curto e médio prazo”, disse.
Os pedidos semanais de seguro desemprego dos Estados Unidos também reforçaram as dúvidas sobre a recuperação da economia global ao ficar em 1,3 milhão de pedidos, acima dos 1,25 milhão de pedidos esperados pelo mercado.
O que ajudou a aliviar o tom negativo foram as vendas de julho do varejo americana que aumentaram 7,3% em relação a maio, que já havia sido positivo frente ao mês anterior. A expectativa de crescimento era de 5%.
Na bolsa, ações do setor aéreo, que figuraram entre as maiores altas da véspera, hoje, estiveram entre as maiores quedas. Na lanterna do índice, ficaram os papéis da Embraer, que se desvalorizaram 6,14 e o das Gol, com queda de 4,19%.
Entre as ações com maio peso no Ibovespa, o destaque ficou para as da Petrobras, que caíram cerca de 2,5%, tendo como pano de fundo a queda do preço do barril de petróleo, com a maior cautela sobre o crescimento global. As ações da Vale, bastante relacionada com a economia chinesa, caiu 2,7%, também exercendo forte pressão negativa no índice.