Bolsa recua com preocupação sobre Previdência após prisão de Temer
Às 12:04, o Ibovespa caía 1,36 por cento, a 96.705,03 pontos
Reuters
Publicado em 21 de março de 2019 às 11h52.
Última atualização em 21 de março de 2019 às 12h23.
São Paulo — A bolsa paulista mostrava queda nesta quinta-feira, com exterior misto e cenário doméstico dominado por preocupações sobre a tramitação da reforma da Previdência após envio do texto sobre alteração da aposentadoria dos militares ao Congresso e prisão do ex-presidente Michel Temer.
Às 12:04, o Ibovespa caía 1,36 por cento, a 96.705,03 pontos. O volume financeiro somava 5,79 bilhões de reais.
Para o analista de investimento Felipe Silveira, da Coinvalores, o clima de cautela pautava o movimento nos mercados externo e doméstico. "Enquanto no exterior as atenções se voltam para a preocupação sobre a saúde da economia global, aqui, as incertezas sobre o andamento da reforma da Previdência são o foco", explicou.
Na quarta-feira, o governo entregou ao Congresso o projeto de reforma da Previdência dos militares, que prevê economia de 10,45 bilhões de reais em 10 anos, bem abaixo dos mais de 90 bilhões de reais que foram divulgados pela equipe econômica anteriormente.
Também preocupava a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) na manhã desta quinta-feira no âmbito da operação Lava Jato. Além de Temer, a Polícia Federal também tem mandado de prisão a ser cumprido contra o ex-ministro Moreira Franco (MDB), de acordo com fontes.
"Agora com a prisão do Temer tem receio de eventuais delações que possam afetar o andamento da reforma. Isso com certeza impacta o mercado", disse um operador que pediu para não ser identificado.
Lá fora, China e Estados Unidos planejam uma nova rodada de negociações para encerrar uma guerra comercial entre os dois países. Na véspera, o presidente norte-americano, Donald Trump, alertou que os EUA podem manter as tarifas sobre bens chineses por um "período substancial" para garantir que Pequim cumpra qualquer acordo comercial, ampliando as incertezas sobre as negociações.
Destaques
- LOJAS AMERICANAS recuava 6,30 por cento, enquanto a B2W caía 5,87 por cento, liderando a lista de piores desempenho do Ibovespa, depois de divulgarem resultados considerados decepcionantes por analistas do mercado.
- PETROBRAS PN tinha queda de 2,04 por cento, e PETROBRAS ON recuava 2 por cento, alinhadas ao desempenho dos preços internacionais do petróleo. Também no radar estava a decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) contra a companhia em processo administrativo sobre a cobrança de Cide no valor de cerca de 2,2 bilhões de reais, referentes a remessas ao exterior.
- ITAÚ UNIBANCO PN caía 1,82 por cento, enquanto BRADESCO PN bovespa, dado o peso dos papeis em sua composição.
- VALE subia 0,77 por cento, tendo como pano de fundo notícias de que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais afirmou na véspera que "está providenciando a devolução" à companhia do certificado de operação da mina de Brucutu, após a Justiça autorizar retomada das atividades.
- COSAN avançava 0,52 por cento, ainda ecoando perspectivas positivas divulgadas pela empresa em encontro com investidores nesta semana.