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Ibovespa recua com bancos após resultado do Santander; Dólar vai a R$ 4,96

Bolsas americanas despencam e arrastam índice brasileiro para o terreno negativo; techs lideram as perdas

Painel de cotações da B3, em São Paulo (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 26 de abril de 2022 às 12h00.

Última atualização em 26 de abril de 2022 às 16h15.

Ibovespa hoje: a bolsa brasileira opera em queda nesta terça-feira, 26, seguindo a tendência negativa do mercado americano e influenciado pelas perdas das ações dos grandes bancos.

Juntos, os papéis dos bancões representam quase 15% do índice teórico do Ibovespa, o que ajuda a enfraquecer o índice. O Ibovespa caminha para seu 7º pregão consecutivo de perdas.

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Por aqui, os papéis do Santander (SANB11) lideram as baixas do setor bancário, caindo mais de 4% após a divulgação do balanço do primeiro trimestre nesta manhã.

A surpresa negativa não veio do lucro líquido gerencial do banco, que ficou em R$ 4 bilhões, praticamente em linha com o consenso de mercado da Bloomberg. Os índices de inadimplência do período, porém, cresceram em todas as frentes – movimento, em parte, explicado pelos aumentos das taxas de juros.

A inadimplência acima de 90 dias saltou, em um ano, de 2,1% do total para 2,9%, enquanto a de 15 a 90 dias foi de 3,6% para 4,2%. Cerca de 9,9% da carteira de pessoas físicas do banco está inadimplente em pelo menos 15 dias contra 8,3% em março de 2021.

"Vemos os resultados como potencialmente negativos para as ações. O desempenho da qualidade dos ativos foi pior do que o previsto", afirmaram analistas do Credit Suisse, em relatório.

O resultado do banco, o primeiro do setor referente ao primeiro trimestre, aumentou o pessimismo do mercado sobre os próximos balanços de bancões. Com medo do que pode vir, investidores desmontam posições em bancos. Como consequência, as ações do Bradesco (BBDC4) caem mais de 4%, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4) recuam mais de 2% e 3%, respectivamente.

"Os resultados podem ter uma leitura negativa para o Bradesco, pois fortalecerão a percepção de que o guidance para o custo de risco da empresa pode ser excessivamente otimista", disseram os analistas.

Wall Street despenca

Nos Estados Unidos, investidores voltaram a se preocupar com um cenário de maior aperto monetário, que tira atratividade da renda variável e derruba o preço das ações. Os mais prejudicados são os papéis de tecnologia, mais sensíveis ao aumento da taxa de juros.

O índice de tecnologia Nasdaq recua mais de 3%, devolvendo parte dos ganhos da véspera quando subiu embalado pelos ganhos de 6% nas ações do Twitter após o anúncio da venda para o bilionário Elon Musk.

Nesta terça, no entanto, o cenário de aversão a risco volta a dominar o mercado. As big techs Microsoft e Alphabet, que reportam seus balanços nesta noite, caem cerca de 3% na Nasdaq.

O cenário de aversão a risco também impulsiona novamente o dólar, que registra um movimento global de alta contra seus pares. Em relação ao real, a moeda chegou a bater R$ 5 na máxima da sessão, antes de começar a ceder parte dos ganhos.

"É um movimento internacional, porém, sabemos que há uma questão conjuntural local que também pesa. Acreditamos que o câmbio deve aumentar com as eleições, para só após a decisão do próximo governo vermos um movimento de ajuste", disse, em nota, Fernanda Consorte economista chefe do Banco Ourinvest.

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Destaques de ações

O cenário negativo na bolsa de tecnologia dos Estados Unidos pressiona os papéis do setor no Brasil. Totvs (TOTS3), Locaweb (LWSA3) e Americanas (AMER3) caem mais de 5%. O Inter (BIDI11), que também é afetado pelo maior pessimismo com o setor bancário, também figura entre as maiores perdas do dia.

Na ponta positiva do índice, as petrolíferas sobem, com a valorização do petróleo no exterior, após forte queda na véspera, quando a commodity chegou a recuar mais de 5% na mínima do dia. Nesta terça-feira, o preço do barril de petróleo avança cerca de 3%.

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