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Ibovespa cai com exterior após fala contracionista de membro do Fed

Lael Brainard sinaliza intensificação da alta de juros nos EUA e rápida redução do balanço patrimonial do Fed

 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

(Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 5 de abril de 2022 às 10h39.

Última atualização em 5 de abril de 2022 às 15h06.

Ibovespa hoje: a bolsa brasileira se firmou em terreno negativo nesta terça-feira, 5, acompanhando as perdas do mercado internacional. Os principais índices da Europa e Estados Unidos, que já vinham demonstrado fraqueza com preocupações sobre a possibilidade de sanções ao petróleo russo, aprofundaram as quedas após o discurso considerado contracionista  da diretora do Federal Reserve Lael Brainard. 

Ibovespa: - 1,54%, 119.410

Brainard disse nesta terça que espera que a redução do balanço do Fed ocorra "em ritmo acelerado. Ela também indicou que o banco central americano pode intensificar a alta de juros para além de 25 pontos base por reunião.

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O tom mais duro de Brainard fez os rendimentos dos títulos americanos dispararem. O rendimento dos títulos de 2 anos saltam mais de 3% nesta tarde, com o mercado precificando juro médio de 2,518% para o período. O patamar é o mais alto desde março de 2019. O índice de volatilidade americano VIX, também conhecido como "índice do medo" por subir em momentos de estresse no mercado, avança 9%.

Nas bolsas, o tom segue negativo. A Nasdaq, com maior concentração de empresas de tecnologia (mais dependentes de políticas de estímulos), é destaque negativo de Wall Street. Nem mesmo o petróleo, que subia em meio aos temores sobre o banimento de commodities russas, se manteve no campo positivo, passando a operar abaixo de US$ 108.

S&P 500 (EUA): - 0,53%
Nasdaq (EUA): - 1,66%

Ações de tecnologia também sofrem no mercado brasileiro. As finthecs Inter, Méliuz caem 6% e 4%, respectivamente, entre as maiores quedas da sessão. A Positivo, de aparelhos eletrônicos, recua mais de 3%.

Inter (BIDI11): - 6,21%
Méliuz (CASH3): - 4,29
Positivo (POSI3): - 3,45%

Juros mais altos nos Estados Unidos também mexem com o mercado de câmbio, com o fortalecimento do dólar no mundo. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a divisas desenvolvidas, avança para próximo de 100 pontos, em seu maior nível desde maio de 2020. Mas é o real brasileiro que mais sofre nesta sessão, com o dólar avançando mais de 1%.

Dólar: + 1,28%, R$ 4,667

A valorização da moeda americana contribui com a busca por ações de exportadoras, que estiveram entre as maiores quedas durante o período de depreciação do dólar.

Suzano (SUZB3): + 1,29%
Minerva (BEEF3): + 2,88%

Outro destaque de alta são as ações da Multiplan, que avançam, refletindo o relatório de vendas mensais da companhia, divulgado na última noite. Em março, as vendas nos shoppings da companhia cresceram 20,6% frente ao mesmo mês de 2019, antes da pandemia. Analistas do BTG Pactual veem os números impulsionados pelo fim da obrigatoriedade do uso de máscaras. "As vendas dos lojistas foram fortes e reforçam nossa visão de que os aluguéis da Multiplan continuarão crescendo muito no primeiro trimestre do ano", disseram em relatório. 

Multiplan (MULT3): + 1,59%

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