Mercados

Ibovespa recua com apreensão política, mas Petrobras sobe

A Bovespa fechou em queda, embora a recuperação dos papéis da Petrobras e da Vale tenha limitado a queda


	Operadores na Bovespa: o Ibovespa caiu 0,55%, a 50.011 pontos
 (Germano Lüders/EXAME)

Operadores na Bovespa: o Ibovespa caiu 0,55%, a 50.011 pontos (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2015 às 19h14.

São Paulo - A Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira, com agentes financeiros apreensivos com o cenário político conturbado e instável, embora a recuperação dos papéis da Petrobras e da Vale tenha limitado a queda do principal índice da bolsa paulista.

A safra de balanços corporativos teve efeito misto sobre o desempenho do índice, com a petroquímica Braskem destacando-se na ponta positiva, após o resultado operacional mais do que dobrar no segundo trimestre.

O Ibovespa caiu 0,55 por cento, a 50.011 pontos. Na mínima do dia, a queda chegou a 1,3 por cento.

O giro financeiro totalizou 7 bilhões de reais. A avaliação de profissionais do mercado financeiro é de que a ausência de sinalizações claras sobre desdobramentos no ambiente político tende a manter o clima de incerteza e a volatilidade nos negócios.

O foco está voltado principalmente para eventos atrelados ao risco de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas há também o sentimento de que, com o desgaste do governo, o ajuste fiscal não sairá como sinalizado.

No pano de fundo, segue o temor de um corte da nota soberana do país. Quando cortou para "negativa" a perspectiva do rating brasileiro em julho, a Standard & Poor's disse que havia aumentado a chance de "novo deslize" na execução do plano de ajuste fiscal do governo.

O Bank of America Merrill Lynch afirmou que vê o Ibovespa em 48 mil pontos se o Brasil perder a nota grau de investimento e o dólar bater 3,80 reais, embora não descarte recuo maior no curto prazo se o noticiário seguir negativo e não houver catalisadores para investidores fecharem posições pessimistas.

DESTAQUES

=BRASKEM disparou mais de 6 por cento, após divulgar lucro de 1,05 bilhão de reais para o segundo trimestre, ante o resultado positivo de 124 milhões de reais obtido um ano antes. O BTG Pactual destacou em relatório com o título "A tempestade - operacional e macroeconômica - perfeita" que a empresa teve uma melhora operacional satisfatória no trimestre, também foi ajudado por um real mais fraco e custos menores em razão da fórmula de preços médios de três meses para seus contrato de nafta. O BTG afirmou que 2015 é um típico ano em que as ações provavelmente estariam negociando em múltiplos elevados e com desempenho estelar. "O escândalo da Lava Jato tem sido um verdadeiro peso e a ação tem parecido cada vez mais barata", afirmou o analista Alexandre Junqueira.

=USIMINAS fechou em queda de 2,4 por cento, após alguma volatilidade pela manhã, em sessão marcada pela repercussão do prejuízo de 781 milhões de reais reportado para o período de abril a junho, em razão da crise do mercado de aço e por baixa contábil na unidade de mineração. Na máxima, a ação chegou a subir mais de 4 por cento e na mínima a recuar mais de 3 por cento. Em nota a clientes, o Credit Suisse considerou negativo o tom da direção da empresa em teleconferência com analistas, que reiterou a perspectiva macroeconômica negativa e a necessidade de o dólar chegar a 4 reais para justificar um melhor prognóstico para o setor de aço brasileiro e para a Usiminas. =CIA HERING encerrou com acréscimo de 1,14 por cento, após executivos da varejista afirmaram em teleconferência que houve avanços na busca por redução de estoques tanto de lojas próprias como de franqueados no segundo trimestre. A empresa divulgou na véspera que encerrou o segundo trimestre com queda de 20,7 por cento no lucro. Para o Bank of America Merrill Lynch, a fraca demanda parece estar agravando os desafios da cadeia de suprimentos e rede de lojas.

=ULTRAPAR caiu quase 2 por cento, mesmo após o grupo petroquímico divulgar na véspera lucro líquido de 331,1 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 10 por cento ante igual etapa de 2014. O BTG Pactual destacou positivamente os números, mas em nota a clientes a equipe do banco disse que segue preocupada com o impacto do cenário macroeconômico na distribuição de combustível e, por isso, mantém a recomendação "neutra" para a ação.

=CIELO caiu 4 por cento, respondendo pela maior pressão negativa no Ibovespa, com agentes financeiros citando um fluxo de saída de estrangeiros no papel, que acumula mais de 20 por cento de alta em 2015.

=PETROBRAS encerrou com alta de 3,10 por cento nas preferenciais, devolvendo as perdas do começo do pregão, apesar da manutenção das fraqueza nos preços do petróleo. A estatal divulga balanço do segundo trimestre ainda nesta quinta-feira.

=VALE encerrou com acréscimo de quase 2 por cento nas preferenciais, também abandonando fraqueza inicial, apesar da debilidade dos preços do minério de ferro à na China nesta quinta-feira.

=BTG PACTUAL, que não está no Ibovespa, encerrou em baixa de quase 4 por cento, com os agentes financeiros digerindo o resultado do banco no segundo trimestre, que mostrou lucro de 1,02 bilhão de reais no período, alta de 6,34 por cento ante igual etapa do ano passado e pouco acima da previsão média de analistas ouvidos pela Reuters, de lucro de 905 milhões de reais. O analista Saúl Martínez, da JPMorgan Securities, disse que no geral, apesar do lucro acima do esperado, a sua primeira leitura do resultado era mista para negativa, com o resultado beneficiado por um ganho não recorrente considerável individual, mesmo com receitas relacionadas com o mercado sofrendo no trimestre.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresCapitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIbovespaIndústria do petróleoMercado financeiroMineraçãoPetrobrasPetróleoSiderúrgicasVale

Mais de Mercados

Ibovespa abre em alta de olho em relatório bimestral de despesas; dólar cai a R$ 5,566

Ações da Ryanair caem quase 15% após lucro da empresa desabar

Desistência de Biden, relatório de despesas, balanços e juros na China: o que move o mercado

Como o mercado reagiu à desistência de Biden?

Mais na Exame