Ibovespa fecha em leve queda com investidores de olho na inflação

O Ibovespa fechou o pregão desta segunda-feira, 7, em leve queda após passar grande parte do pregão se equilibrando no zero a zero, sustentado por ações de empresas de commodities. A queda ocorreu em linha com o movimento negativo nas bolsas internacionais e sofreu, internamente, com a influência negativa do boletim Focus.

A divulgação da última projeção de economistas consultados pelo Banco Central mostrou piora nas projeções de inflação para este ano. O IPCA esperado para 2022 subiu de 5,38% para 5,44%, indicando necessidade de maior aperto monetário pelo BC.

No fechamento:

• Ibovespa: - 0,22%, aos 111.996 pontos;
• Dow Jones (EUA):  0,00%;
• S&P 500 (EUA): - 0,37%;
• Nasdaq (EUA): - 0,58%;
• Stoxx 600 (Europa): + 0,68%.

Ainda assim, o dólar comercial, que costuma se beneficiar de juros mais altos, seguiu o ambiente internacional de queda da moeda e fechou em queda contra o real. Vale lembrar que o câmbio também passou por um movimento de ajuste após alta do dólar na última sessão. Com a queda de hoje, o dólar registrou o menor patamar em quase cinco meses.

• Dólar comercial: - 1,27%, a 5,253 reais.

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Destaques de ações

Com a maior participação do índice, a Vale (VALE3) subiu mais de 2% nesta tarde, embalada pelo minério de ferro, que fechou em alta nesta madrugada. Foi a primeira sessão de negociação da commodity na China após uma semana de feriado no país. Siderúrgicas, que também se beneficiam da valorização do metal, operam entre as maiores altas do Ibovespa.

• Vale (VALE3): + 2,44%;
• Usiminas (USIM5): + 3,25%;
• CSN (CSNA3): + 3,15%.

Ainda no setor de commodities, as ações da JBS (JBSS3) dispararam quase 5%, após a empresa ter anunciado a conclusão da compra do Grupo King’s, líder na produção de charcutaria italiana, com atuação na Itália e Estados Unidos. A BRF (BRFS3), por outro lado, encerrou o dia na ponta oposta. Os papéis da dona da Sadia e Perdigão abriram em queda de 4% e reduziram parte das perdas, mas sem conseguir virar para o terreno positivo.

• JBS (JBSS3): + 4,91%;
• Marfrig (MRFG3): + 2,71%;
• Minerva (BEEF3): + 1,99%;
• BRF (BRFS3): - 2,03%.

O maior destaque, no entanto, foram as ações da BB Seguridade (BBSE3), com mais de 5% de alta, após a empresa divulgar seu balanço do quarto trimestre. A companhia teve lucro líquido de 1,34 bilhão de reais no período, acima do consenso da Bloomberg de 1,14 bilhão de reais e 34% maior na comparação anual.

"O bom desempenho se deu tanto pelo crescimento nos prêmios emitidos na operação de seguros como também pela melhora no resultado financeiro da Brasilprev", afirmam analistas da Ativa em relatório

Além do desempenho no quarto trimestre, analistas ressaltaram como ponto positivo o guidance apresentado pela BB Seguridade, que espera crescer entre 12% e 15% em seu resultado operacional não decorrente de juros. "Estimamos que o limite inferior da faixa de orientação implica lucro líquido quase em linha com o nosso, enquanto o ponto médio está 4% ao norte de nossa estimativa e o limite superior está 7% acima de nós", avaliam, em relatório, analistas do BTG Pactual.

As ações da Porto Seguro (PSSA3), que irá apresentar balanço após o encerramento do pregão, fecharam o dia em alta.

• BB Seguridade (BBSE3): + 5,74%
• Porto Seguro (PSSA3): + 3,39%

Na ponta negativa, Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3) lideraram as perdas, despencando em torno de 4%. A desvalorização ocorre após o anúncio de que a fusão entre as companhias deverá gerar 1,38 bilhão de reais em sinergias.

Os números apresentados ficaram abaixo das expectativas de analistas do BTG Pactual, principalmente do lado da redução de custos e despesas gerais e administrativas. Os analistas, porém, pontuam em relatório que "a fraqueza dos papéis pode ser uma oportunidade de compra".

• NotreDame (GNDI3): - 4,68%;
• Hapvida (HAPV3): - 4,67%.