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Ibovespa sobe 1% com otimismo no exterior; GPA dispara mais de 12%

Mercado internacional segue embalado por agenda de resultados; vendas do varejo saem melhor do que o esperado nos EUA e "prévia do PIB" decepciona no Brasil

. (Germano Lüders/Exame)

. (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 15 de outubro de 2021 às 10h33.

Última atualização em 15 de outubro de 2021 às 17h25.

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O Ibovespa sobe 1,15%, aos 114.475 pontos, às 16h15 desta sexta-feira, 15. O movimento acompanha o tom positivo dos mercados internacionais, que seguem embalados pelo otimismo com a temporada de balanços dos Estados Unidos. Após JP Morgan, Citigroup, Bank of America e Wells Fargo terem apresentados bons resultados ao longo da semana, nesta manhã, foi a vez do lucro do Goldman Sachs surpreender investidores, que esperavam por números mais modestos.

Os resultados ajudam a impulsionar as ações dos grandes bancos do Brasil, com destaque para Bradesco (BBDC3/ BBDC4), Santander (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) que sobem mais de 4%. Por aqui, os primeiros balanços do terceiro trimestre serão divulgados somente a partir do fim do mês.

Além da agenda de balanços, o mercado internacional monitora dados de atividade econômica. Divulgadas nesta manhã, as vendas do varejo americano cresceram 0,7% em setembro contra o consenso de queda de 0,2%. O núcleo das vendas também saiu melhor do que o esperado, com alta de 0,8% ante estimativas de 0,5% de crescimento.

No Brasil, o principal indicador desta manhã foi o índice de atividade do Banco Central, o IBC-Br, que caiu 0,15% em agosto, decepcionando parte do mercado que esperava por dados mais fortes da economia brasileira. "No curto prazo não vemos espaço para maiores avanços econômicos, dado o atual patamar dos juros e a perspectiva de elevação da taxa Selic somado a um processo inflacionário elevado e com renda baixa", afirma em nota André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Apesar da atividade abaixo da esperada no país, o dólar tem forte desvalorização contra o real neste pregão, caindo 1,04%, a 5,459 reais, após sinalizações do diretor do BC, Bruno Serra, de que a autarquia irá intervir no câmbio quando necessário. 

A declaração ocorre após uma sequência de atuações do BC no câmbio. Na última quarta-feira, 13, quando a moeda tocou a máxima em seis meses, o BC vendeu 1 bilhão de dólares por meio de swaps, enfraquecendo o preço da moeda no Brasil. Nesta sexta, o real tem o melhor desempenho entre as principais divisas emergentes. 

Para o economista Luca Maia, do BNP Paribas, as intervenções do BC no dólar podem levar investidores a reverem suas posições contra a moeda brasileira, ajudando na apreciação do real.

Destaques da bolsa

O grande destaque do pregão se deve à negociação de 5,2 bilhões de reais envolvendo a venda do Extra Hiper, do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) para o Assaí (ASAI3). O negócio animou os acionistas da GPA, com as ações da companhia chegando a subir 20% no início do pregão. Após as primeiras negociações, a alta reduziu para 12% – ainda assim, o suficiente para o papel liderar as valorizações do Ibovespa. 

O efeito oposto ocorre com as ações do Assaí, que recuam 1,96%, com o mercado questionando que o valor de 5,2 bilhões de reais pago pela companhia pode ter sido muito alto.

Ainda assim, o saldo do negócio é positivo tanto para o GPA quanto para o Assaí na visão de Pedro Serra, analista da Ativa Investimentos. No caso de PCAR3, a operação pode destravar valor para os papéis. “O GPA abandonará o modelo de hipermercados, que não vinha trazendo bons resultados, e poderá focar seus esforços na remodelagem de lojas da bandeira Pão de Açúcar e formato Proximidade, como as lojas Minuto Pão de Açúcar, que vêm apresentando um desempenho mais satisfatório”, afirma Serra em relatório.

No caso do Assaí, a operação deve possibilitar a entrada do Assaí em localizações estratégicas do país, onde a marca ainda não está presente. “A transação também promete ganhos expressivos para o Assaí, que reforça seu plano de expansão de lojas pelo Brasil e garante a abertura de lojas de forma mais rápida, uma vez que os pontos comerciais já estão construídos”, reforça o analista.

Investidores também aproveitam o ambiente favorável para comprar algumas das ações que tiveram fortes desvalorizações no ano, como Americanas (AMER3) e Cielo (CIEL3), que sobem 7,35% e 6,05%, respectivamente.

Já os papéis da Vale (VALE3), com o maior peso do Ibovespa, ajudam a sustentar a alta do índice, subindo cerca de 1,52%, após sua concorrente Rio Tinto reduzir a projeção de produção de minério de ferro. No radar, ainda estão as sinalizações de afrouxamento monetário na China, que fez a bolsa de Xangai subir nesta madrugada e favorece os dois setores, de mineração e celulose, intimamente ligados à economia chinesa.

Na ponta negativa do índice estão as ações de tecnologia Méliuz (CASH3) e Totvs (TOTS3), que caem 3,3% e 2,15%, respectivamente.

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